Quinta-feira, 26 de Agosto de 2010
QUE ATRAPALHAÇÃO !
Hoje vou contar um episódio dos princípios da minha vida de trabalho. Cedo principiei a “comer o pão que o diabo amassou”. Aí, com treze anos apenas, fui marçano, na Junqueira, no estabelecimento “Rosa de Ouro”, e é neste período que, certa manhã, me aconteceu uma peripécia que ainda hoje, decorridos tantos anos, me faz dores de barriga despertando gargalhadas quando a conto a alguém.
No armazém, bastante escuro, onde se guardavam os sacos com os géneros de mercearia, massa, arroz, açúcar, amendoim e outros produtos, constantemente se deparava com os sacos, apresentando sinais de que por ali devia andar rataria. Era difícil, encontrá-los, pois quando se acendia a luz, eles, como por encanto, escapuliam-se.
Para se averiguar, encarregaram-me de pôr à espreita na escuridão, e notando qualquer sintoma dos nojentos bichos, acender rapidamente a luz e ver por onde eles desapareciam. Dito e feito, lá me “pus à coca” e quando pressenti, dei ao interruptor e a luz brilhou. Então reparei que três ou quatro roedores fugiam e entravam por um pequeno buraco no chão, mesmo ao meu lado. Num acto irreflectido, dei uma “patada” sobre o buraco para impedir a fuga. Mas, julgava eu, que tinha conseguido impedir que o último “Mikey”, entrasse no buraco.
Procuro, procuro e nada encontro, e “com os meus botões pensei” :foi mais ladino que eu! Entretanto, principiei a sentir na bochecha do rabo, uma arranhadela. “Boto” a mão às calças e senti um inchaço e ao apertar, ouvi um leve chiar. O raio do bichinho, não podendo entrar no buraco, resolveu a situação. Subiu pela perna das calças, e foi alojar-se no quentinho, pensando, se é que os ratos pensam, ESTOU A SALVO!
Pois, meus amigos, nunca na minha longa vida me lembro de despir as calças tão depressa !
Luís Costa
SÁ DE MIRANDA
O POETA DO NEIVA
Sá de Miranda (Francisco), o poeta lavrador e patrono do Liceu de Braga, nasceu em 1481, em Coimbra onde cresceu em corpo e sabedoria. Percorreu o mundo culto do seu tempo; foi admirado e estimado pelo rei Dom João III, que constantemente lhe pedia opiniões e conselhos, e o queria sempre ao seu lado, oferecendo-lhe as melhores posições na corte mas ele recusou, preferindo retirar-se para o recanto do Minho e adoptar como suas as terras entre o Neiva, Homem e Cávado, cantando e sublimando as suas belezas e manifestando assim a repulsa de incompatibilidade e protesto, contra a marcha errada dos grandes do reino, exercendo uma acção relevante de vigilância activa contra a degeneração dos costumes, resultantes de uma época de transformação sócio--económica que estava a surgir, pois a isso se opunha a sua austera consciência cívica de “Homem de que antes quebrar que torcer”.
Recolhendo-se ao seu recanto da Quinta da Tapada, em Amares, em Carrazedo, teve ocasião de manifestar o seu magistério moral, através das célebres cartas enviadas ao Rei e aos seus amigos a os chamar à razão e ao bom senso, numa época que, como disse o Dr. Rodrigues Barbosa, aquando da sugestão para a atribuição do nome de Sá de Miranda, a um arruamento desta cidade de Braga,
“o predomínio da mentalidade mercantilista vinha envenenando as consciências dos maiores do reino”
Sá de Miranda, foi o introdutor na poesia portuguesa do verso decassílabo, o soneto, os tercetos e a oitava rima. Escreveu elegias, cantigas, sátiras, éclogas e duas comédias em prosa – Estrangeiros e Vilhalpandos.
Faleceu na sua quinta da Tapada em 1558, estando sepultado na Capela da Tapada da Igreja de Carrazedo, Amares, onde uma mão caridosa fez esculpir na pedra tumular o epitáfio cuja tradução se reproduz :
A MUSA PASTORIL AINDA NOS MATOS MAL CONHECIDA
TOMOU FRANCISCO SÁ DE MIRANDA MUI CORTEZÃO
DIZENDO GRAÇAS MADURAS E GALANTERIAS SISUDAS
AJUNTOU POESIA HUMANA COM SUAVIDADE DIVINA.
PODENDO COM SUA ESPADA PASSAR A HONRA DE SEUS AVÓS
QUIS SOMENTE PELEJAR COM A PENA DA POESIA.
EM TUDO MIRANDA, E NA MORTE TAMBÉM FOI ADMIRÁVEL.
EM SUAS COUSAS ESTÁ ESCRITA A GLÓRIA DA SUA PÁTRIA.
No dia 8 de Junho de 1923, os estudantes do Liceu de Braga, em romagem ao túmulo do seu patrono, fizeram colocar exteriormente voltada para a estrada, na igreja de Carrazedo, uma lápide em mármore com a inscrição:
FRANCISCUS DE SAA DE MIRANDA / HOC MONUMENTUM/
SIBI. SVISQ. ELEGIT.
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OPTIMO. PATRONO. SUO / INSIGNQ. VATI/ ALVMNI/
ALMI. LICAEI. BRACARENSIS. / CVI. NOMEM/
SAA. DE. MIRANDA. / EST. DECVS. ET PRAESIDIUM. /
HVNC. POSVÊRE / ANNO S. – MCMXXIII
23 de Março de 2010
Sábado, 14 de Agosto de 2010
ENCANAMENTO DO CÁVADO
No final do século XVIII, possivelmente, a crise que se estava a desenhar no Minho, não só devido ás ideias revolucionárias vindas de França, mas também, e principalmente, por razões de falta de escoamento dos produtos agrícolas e de uma incipiente indústria o desenvolvimento desta Província sentia-se prejudicado por falta de meios de transporte, fáceis e baratos que os pudessem escoar. Braga era uma cidade isolada do resto do País. É certo que através das reformas das vias de comunicação, rasgadas pelo Fontismo, o Minho e toda a região que o envolvia, tinha obtido algumas melhoras mas, essas reformas não chegavam e as reservas dos produtos minhotos, praticamente, tinham só como destinatários a região, com excedentes vendidos ao desbarato, prejudicando as economias familiares.
Como resultado a população rural e não só tinham como único recurso para uma melhoria de vida a sua saída para outras terras, de entre as quais as mais procuradas eram os " Brasis ". E assim, aos poucos e poucos a região, desde sempre a de maior densidade populacional do País, via os braços da sua gente abandonar a terra e levar o seu esforço, nem sempre compensado, a enriquecer os lugares que para alguns visionários seria a terra da promissão, abandonando os campos que assim ficaram a velho.
Ora, nesse final do século, um movimento surgiu que a ir avante por certo daria em resultado que muitos daqueles que emigraram, não sairiam a aventurar-se em terras inóspitas. Não consentiram os fados e com isto perdeu a região que se manteve, praticamente isolada do resto de Portugal e até da Europa, até à chegada a Braga do Ramal do Caminho de Ferro, em Maio de 1875 que ligou Braga ao Porto, Lisboa e Galiza, dando assim um acesso ao melhor ao escoamento dos seus produtos a todo Velho Continente.
Este progresso só chegou no último quarteirão do século dezanove. Mas, um século antes, chegou a gizar-se e a iniciar-se uma obra gigantesca para a época que era, nem mais nem menos do que tornar navegável o rio Cávado desde a sua Foz, em Fão até ao Vau do Bico.
Segundo o projecto o estuário do Cávado, seria aproveitado e seria construido na sua foz um porto de mar, que a Sul, teria como baliza os Cavalos de Fão. Iniciativa que trataria a toda a região minhota e parte do Nordeste Trásmontanos, inigualáveis benefícios.
O autor do projecto foi Custódio José Gomes de Villas Boas, segundo tenente do Real Corpo de Engenharia, que o apresentou à Rainha Dona Maria 1ª, que achando o projecto de grande interesse para o Norte do País, o aprovou, remetendo-o juntamente com a planta ao Senado da Câmara de Braga, bem como às Câmaras sedes dos concelhos banhados pelo Cávado e até aquelas que com tal empreendimento beneficiariam, como se pode verificar pelo Livro de Registos da Câmara e relativo aos anos de 1791 - 1793, a fol. 135 v. e com a data de 31 de Outubro de 1794.
Tornava-se preciso então legislar para dar execução à obra e criar as condições necessárias para obter os fundos precisos a um empreendimento desta natureza. Como, por certo os cofres do Estado estavam exauridos, só com a criação de impostos a saír dos bolsos das populações mais beneficiadas, seria possível arrancar com tal projecto.
Assim vemos, pelo Livro acima citado, que pelo registo feito em 26 de Janeiro de 1795, a população directamente beneficiada teria de pagar a obra. As condições foram então impostas à população e estão neste registo. Foi estabelecido que num prazo de 10 anos a população dos concelhos abrangidos teria de pagar uma contribuição especial, destinada exclusivamente ao encanamento do rio desde a foz até a Braga ( Vau do Bico ). Essa contribuição ou melhor imposto recairia sobre os principais bens de consumo - carne e vinho. Quanto à carne, recairia sobre cada arrátel um Real e sobre o vinho o imposto seria também de um Real em cada quartilho. Esta contribuição passaria a cobrar-se a partir desse mês de Janeiro corrente. Teria, portanto, efeitos retroactivos.
Foram nomeados para a administração da obra, como Superintendente o bacharel Pedro Gouveia Faria Gajo e para Director o segundo tenente do Corpo Real de Engenharia, Custódio José Gomes de Villas Boas, como sabemos o autor do projecto e da planta.
Pelo Livro de Registos da Câmara de 1791 - 1798, em 10 de Outubro de 1795, fol. 167, logo principiou a ser cobrado o imposto especial, pois neste registo refere a entrega pelo arrematante do imposto, a quantia de 3.275$000, relativo ao primeiro semestre do ano. Em 1796, Junho 29, o rendeiro do ano anterior, João Baptista Fernandes, pede quitação à Camara, pelo pagamento de 6.551$000 reis relativos à sua arrematação de 1795. Nos anos seguintes continuou a cobrança como por exemplo no ano de 1798, em que houve a entrega de 3.800$000 reis relativa ao primeiro semestre desse ano.
Depois o imposto destinado só à obra do encanamento, principiou a ser desviado para outros empreendimentos, como o prova o Livro de Actas da Camara de 1805 - 1812, que a fol. 51 v. - 31-05-1806, informa que foram retirados do cofre da imposição do encanamento a quantia de 600$000 reis, desviada para obras na cidade, conforme Aviso de 31 de Outubro do ano anterior.
Estava então a entrar-se num período de grande agitação na Europa e, como consequência, uma recessão acentuada. Portugal estava ameaçado pela guerra. Todos tremiam uma invasão prevista pelas tropas francesas e como tal, a ocasião não era propícia a grandes investimentos. Assim, em 1808, a 8 de Setembro - Livro de Registos de 1806 - 1814, fol. 139 v. - um decreto extingue a obra do encanamento, logo seguido no dia 28, pela suspensão da obra e venda dos materiais, fol. 139.
No entanto as contribuições continuaram - Livro de Registo de 1818 - 1823 - que a fol. 166 v. nos diz que em 1815, ainda foi arrecadada a quantia de 1.906$694 reis. Durante muitos mais anos esse imposto sempre esteve a sobrecarregar a população.
Mas voltando um pouco atrás, dá-se a invasão francesa já esperada e na segunda, de Soult, que entrou em Portugal pelo Norte, pela Portela do Homem ( foi aquando deste invasão que, a conselho dos nossos fieis aliados, foi destruída a Fábrica de Vidro de Vilarinho das Furnas ), atingindo a serra Amarela, passaram no Bom Jesus, fazendo saques e devastações de uma soldadesca faminta de pilhamento.
As forças portuguesas opuseram-se, ao invasor na Falperra, onde se defrontaram, mas devido à organização dos batalhões franceses, à sua disciplina e à sua força, o contingente militar português, sob o comando de Gomes Freire de Andrade, que tinha como seu ajudante de Campo, o nosso conhecido Custódio Villas Boas, teve de se retirar para em Braga, opor uma resistência mais viável. O povo não compreendeu esta manobra militar e julgando que a retirada era um acto de traição, favorável aos franceses, logo se insubordinou, por certo acirrado por alguém com interesses obscuros. Selvaticamente assassinou no Campo de Santana, o General e foi em busca do seu ajudante Villas Boas que se tinha refugiado no Mosteiro de Tibães, e no mesmo Campo, o assassinaram. O registo do seu óbito encontra-se nos Livros de Registo de Óbitos, na paroquial de São José de São Lázaro.
Morto o grande entusiasta da obra que se chegou a começar e depois do decreto da extinção o assunto morreu, para ressuscitar por volta dos anos de 1830 e tal, mas cujo o êxito foi cassado porque os homens da Governação do Porto, e o seu comércio e indústria a isso se opuseram.
Perdeu Braga, perdeu o Minho, perdeu todo o Norte de Portugal, já que um porto de mar a servir esta região teria contribuído para o seu desenvolvimento.
Braga. 13 de Agosto de 2001
LUIS COSTA
Email : luisdiasdacosta@clix.pt
www: bragamonumental.blogs.sapo.pt
Terça-feira, 10 de Agosto de 2010
O ARROTO
O que é um arroto?
Uma expedição de gases que se enganou no caminho !...
DIFERENÇAS
Que diferença haverá entre um policia e uma ameixa verde ?
O Policia dá ordem de prisão e a ameixa verde
ORDEM DE SOLTURA !...
RELAÇÕES
Que relação haverá entre uma moeda de um Euro alemã
e uma de dois euros portuguesa ?
É que são cunhadas ! …….
DESOPILE COM O RISO
O que diz o rabo para o jornal
NÃO INSISTA, FILHO, SOU ANALFABETO !
RIA QUE LHE FAZ BEM
O que diz o pires para a xícara :
Ó FILHA TENS O RABO TÃO QUENTE !
RIR É UM BOM REMÉDIO
NÃO SEJA SORUMBÁTICO
Há três maneiras de rir e, possivelmente, foram elas que deram origem às vogais.
Assim para começar daremos o exemplo do Á.
Uma boa anedota pode ser acolhida com uma sonora gargalhada,
Á, Á, Á, Á… Á, Á, Á, Á, …Á, Á, Á,…Á, Á, À, Á
Ou com um estrondoso,
É, É, É, É … É, É, É, É, … É, É, É, ….É, É, É, È
Com um fininho
Í, Í, Í, Í………Í, Í, Í, Í………Í, Í, Í, ……Í, Í, Í, Í
Ou com uma boca bem aberta,
Ó, Ó, Ó, Ó, …Ó, Ó, Ó, Ó…. Ó, Ó, Ó, …Ó, Ó, Ó, Ó
Ainda e para finalizar,
Ú, Ú, Ú, Ú, …Ú, Ú, Ú, Ú…..Ú, Ú, Ú,….Ú, Ú, Ú, Ú