Terça-feira, 16 de Novembro de 2010

Largo da Senhora a Branca

RECANTOS DE BRAGA LARGO DA SENHORA A BRANCA Em tempos apelidado de “ROSEIRAL DE BRAGA”, o lindo jardim do Largo da Senhora-a- -Branca, é mais um ex-libris, apanágio da cidade de Braga onde vicejam alguns jardins que, até certo ponto, amenizam um ambiente onde prolifera o cimento e o asfalto e dão um aspecto triste com as construções modernas, verdadeira super-mercados de pessoas arrumadas em autênticas prateleiras, numa imiscuidade que torna a vida daqueles que tem sujeitar-se a viver assim armazenados, num inferno. Ao centro deste agradável e bonito recanto de Braga, quando principalmente na Primavera, com o despontar das flores, que perfumam o ambiente, e nos dias calmosos do Verão, ao fim da tarde é o refúgio de muitos pares namorados, está colocado um elegante cruzeiro, transferido para este local por volta do princípio da segunda dezena do século passado do extremo Nascente da antiga Alameda do Campo de Sant’Ana ( Avenida Central ), ao fundo da rua do Sardoal. Há quem atribua este monumento, obra de Dom Diogo de Sousa (1502/1532), mas quanto a nós e não só, pelas flagrantes semelhanças com o Cruzeiro de Dom Furtado de Mendonça (1619/1627), no Largo das Carvalheiras, achamos que se pode atribuir a êste arcebispo o mando da sua feitura. No seu aspecto apresenta-nos uma coluna assente num quadrilátero, almofadado, seguido de um fuste repartido em três partes – inferior decorada com trabalhos em pontas de diamante ou óvulos ( característica do século XVII ), e as duas restantes estriadas, terminando num capitel compósito, ao qual se sobrepõe um acrotério, encimado por uma esfera esquartejada e rematada pela Cruz Arcebispal. O supedâneo de sete degraus em que assenta ( lugar ideal para alguns pares de namorados vindos das escolas que ali por perto estanciam se deliciarem nos seus devaneios amorosos ), fazem com que sobressaia este belo conjunto neste recatado jardim. Está classificado como Monumento Nacional, pelo decreto de 16 de Outubro de 1910. Podemos dizer que este recanto está dividido em duas partes. Uma é a que já referimos. A outra, está separada da totalidade, por um arruamento que vem da Avenida 31 de Janeiro e segue para a rua de Sana Margarida. Este é atravessado por um arruado que se dirige para São Victor, formando portanto dois canteiros. Num deles sobressai o busto do Dr. Alberto Cruz, cirurgião bracarense que prestou serviço no Hospital de São Marcos, conversador excepcional, foi durante várias legislaturas deputado pelo Círculo de Braga, na antiga Assembleia Nacional. Ladeado por árvores de fruto - tangerineiras já decadentes, plantadas em 1932 - tem a adorná-lo, em frente da igreja da Senhora-a-Branca um pequeno e gracioso fontanário, circundado por uma também pequena taça. No canteiro do lado norte, sobressai a estátua a corpo inteiro do Papa Pio XII, colocado neste jardim como uma homenagem de Braga, ao Papa do dogma da Assumpção. Em algumas fachadas deste recanto de recanto podem admirar-se azulejos com motivos florais, do princípio do século XX. Nos gavetos deste jardim com a Avenida 31 de Janeiro, dois edifícios se impõem. Um deles, o lado que vem da rua do Raio, edifício do arquitecto Moura Coutinho, continua a respeitar a sua antiga traça. Já não podemos dizer o mesmo ao do outro gaveto. Mandado construir por um brasileiro, de seu nome Veloso, no último quartel do século XIX acabou por ser vendido por um seu familiar – Matos Graça, razão porque era também conhecido êste palacete – e depois de várias vicissitudes acabou por entrar no negócio imobiliário, tendo sido destruído o seu interior – uma escada principiada por um lanço, seguida do patamar no qual se abria a cada lado um lanço de acesso ao andar superior e iluminada por trabalhoso lanternim que tinha a embelezá-lo uma graciosa arcaria. Os tectos eram trabalhados a gesso e dourados. Nas paredes figuravam algumas pinturas murais. Tudo desapareceu debaixo do camartelo INOVADOR, salvando-se apenas a fachada. Mas há quem diga, que o património se salvou PORQUE TUDO FOI FOTOGRAFADO !... Triste satisfação ou desculpa !... A coroar este novo recanto, está a pequena igreja de Nossa Senhora-a-Branca, templo dedicado a Nossa Senhora das Neves, donde derivou o nome de “A BRANCA”. Inicialmente era uma pequena ermida denominada Senhora da Carreira e diz Albano Belino, em “Archeologia Christã” que era da arquitectura dórica. No tempo do arcebispado de Dom Diogo de Sousa, foi esta ermida reconstruída e dedicada a Nossa Senhora das Neves, devoção do grande arcebispo restaurador e primeiro urbanista da cidade de Braga. Desta reconstrução resta a parte inferior do templo, notando-se ainda do lado da rua de São Victor, a platibanda da obra de Dom Diogo, uma sineira vazia e no fecho do arco da porta principal, voltada para o jardim, as suas armas de fé. No século XVIII, ao tempo do Arcebispo Dom Gaspar de Bragança, a nova reedificação foi sujeita esta pequena igreja. Foi-lhe acrescentado a parte superior, tornando-a mais airosa, e a Torre Sineira, que respeitou a maneira de construção – Torre Traseira – idêntica no seu estilo e feitura à torre da igreja que lhe fica próxima – São Victor – o que nos leva a concluir que, talvez tenha sido o de ambas o mesmo arquitecto ou construtor. Colocada num plano elevado, três a quatro degraus, a igreja da Senhora-a-Branca apresenta na sua fachada elementos arquitectónicos dignos de registo. Num plano um pouco avançado emolduram a porta em arco da entrada principal quatro grossas colunas de fuste liso, simples, duas em cada lado, sustentadas sobre uma estilóbata, também avançada em relação ao soco da fachada, soco que vai encastoar, por sua vez, nos cunhais laterais do conjunto. Estas colunas servem de suporte a uma arquitrave, de pedra trabalhada, que é encimada por varandim gradeado, ladeado por uma coluna em cada lado, na perpendicular das colunas mais interiores da porta principal. Estas colunas são do mesmo estilo da porta de entrada. Servem para destacar um oratório, em arco que encerra a imagem de Nossa Senhora-a-Branca. Sustentam estas colunas, uma nova arquitrave avançada como a de baixo. Ao lado dois janelões, iluminam o interior do pequeno templo. Os cunhais, alinhados com a fachada, são encimados por um acrotério. Sobreposto por estes elementos a fachada é rematada por um frontão, em mitra, que encerra uma cartela com uma inscrição latina e a data de 1771. Sobre o frontão vê-se ainda um quadrilátero que suporta cruz arcebispal. Os azulejos que estão colocados aos lados laterais bem como os dos lambris do interior, são recentes, isto é, se se pode dizer que os do final do século XIX, são ressentes em relação a outros de outros templos. Pedro de Aguilar e sua mulher instituíram nesta igreja, no século XVIII, um coro de cinco capelães, com obrigação de missa quotidiana por suas almas. Também nela havia uma confraria cuja patrona era Nossa Senhora do Ò, ou da Expectação. Sempre que uma mãe estava para dar à luz, a pedido esta confraria dava um sinal tocando um pequeno sino, para que quem ouvisse o sinal rezasse pelo feliz desenlace. Este sino está hoje colocado na sineira Sul, da torre. Braga, 23 de Abril de 2006 LUÍS COSTA Email: luisdiasdacosta@clix.pt Email:luisdiascosta@sapo.pt www: bragamonumental.blogs.sapo.pt
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Quinta-feira, 11 de Novembro de 2010

freguesia de S.Vicente (cont)

Freguesia de S.Vicente (este testo deve entrar a seguir à data de 1691 e até onde se lê "NO OUTRO LÊ-SE :SÃO VICENTE E SÃO VALÉRIO..." A actual fachada, que data desta última reconstrução, exuberantemente trabalhada, apresenta ainda traçado maneirista, mas já numa transição para o barrico. Assim “sobre o traçado maneirista ( frontaria lisa sem avanços ), foram sobrepostos elementos (grinaldas, volutas, laçaria de rolwerk, enrolamentos) copiados da talha de madeira”. (1) Isto é, segundo a obra citada, um pronuncio do barroco está delineado no cimo da fachada onde nos aparecem ao lado das volutas que envolvem o padroeiro, os coruchéus, os abundantes ornatos, de linhas sinuosas, o frontão interrompido, numa quebra de monotonia de uma fachada direita, característica de que serviu o estilo, barroco, importado por gravuras que chegaram até Portugal, vindas do centro da Europa e que em Braga teve o seu expoente máximo através dos mestres do barroco, André Soares e Marceliano de Araújo e, no Porto, Nicolau Nazonni. Albano Belino diz que “ a fachada, de escultura trabalhosa, remata com a estátua de São Vicente, dentro de um nicho encimado pela cruz pontifical “(três braços).(2 Colocado quase numa das entradas da cidade, este templo tem provocado o interesse dos turistas não só pela sua rica fachada mas também pela riqueza do seu interior, de que nos ocuparemos mais à frente. Ao lado esquerdo da portada principal, outra inscrição chama a nossa atenção. Numa cartela belamente emoldurada, por grinaldas e laçaria, como a outra, pode ler-se: MEMBRO DA SACROSSANTA IGREJA LATERANENSE DE CVIOS PRIVILÉGIOS GOZA COM OBRIGAÇAM DE DUAS LIBRAS DE CERA PAGAS EM ROMA CADA ANO DESDE A ERA de 1598. Refere a inscrição desta lápide, a uma outra que está embebida na parede do interior da sacristia, na qual dá conta de que esta igreja de São Vicente goza de privilégios e indulgências da Igreja de Latrão, em Roma. Por ser difícil a sua transcrição para caracteres tipográficos, dá-se porém, a sua leitura : INSIGNIA DA SÉ LATERANENSE CUJAS INDULGÊNCIAS GOSA ESTA CAPELA Foram estes privilégios e indulgências obtidos quando ocupava a Cátedra de Roma, cabeça da Cristandade, o Papa Clemente VIII (3) e era Arcebispo de Braga, D. Frei. Agostinho de Jesus (Castro). Quanto à lápide suevo-visigótica, já fizemos referência e, como tal não voltamos a mencioná-la. Continuando com a descrição da fachada diremos que a Porta Principal é ladeada por duas ombreiras que sustentam uma arquitrave, sobre o colocado um frontão barroco interrompido que tem a encimá-lo, numa profusão de laçaria e concheado que se enlaça, a representação do baptismo de Cristo no Jordão a que se sobrepõe a Pomba do Espírito Santo: “Escudo ovalado, com motivos decorativos, sustentado por dois anjos e encimado também por dois anjos que amparam uma tiara”. De cada lado e por cima das cartelas maneiristas, dois bem rasgados janelões, emoldurados também por laçaria, dão luz ao interior do templo. Sob a cornija, corre uma arquitrave com seis elementos canelados (três de cada lado) com pendentes. Ao centro uma composição, relevada, destaca-se o figurado de uma grande folha de acanto que encima o motivo do baptismo. Rematando todo êste notável conjunto, nos cunhais, estão colocados dois anjos sobre acrotérios, ( um de cada lado ), empunhando, cada, uma flâmula. A ligação com o motivo central onde se acha o nicho do Santo Padroeiro, faz-se através de volutas. A estátua de São Vicente, em veste sacerdotais, no nicho e sobre um acrotério, tem sobre a cabeça o resplendor e segura na mão esquerda um barca na qual está pousado um corvo ( alusão à defesa do corpo de São Vicente por corvos e, na direita a palma do martírio. Todo este conjunto é ladeado por coruchéus ou pináculos, volutas, laçaria e grinaldas, num bom desenho que tem a rematá-lo ao centro e ao alto, como já se disse, a cruz de três tramos. Ainda e sobre o nicho que alberga a representação do patrono, dois anjos seguram as insígnias Pontificais : “duas chaves de S. Pedro passadas em aspa encimadas pela tiara e com uma cruz de três travessas, postas em pala por detrás das chaves e passadas por dentro da tiara.”(4) NO INTERIOR DO TEMPLO Todo o interior do templo é da uma riqueza extraordinária. Não se pode destacar um único pormenor. Tudo o que encerra é digno de destaque desde os painéis de azulejaria, passando pela talha dourada dos seus altares, pelo órgão, pelos sanefas e pelas suas imagens é difícil a escolha, tudo é muito bom. Principiemos pela azulejaria. Podemos dividir em duas épocas o seu fabrico. Dois processos da arte do azulejo estão patentes. Duas épocas distintas se afirmam. Os painéis do altar-mor, são sem dúvida do final do século VXII ou princípios do seguinte. Aqui se nota bem a diferença de fabrico. O colorido das suas peças, a imperfeição do seu desenho, em tudo são diferentes dos do corpo da igreja. A característica do século dezassete é bem patente na escolha das cores usadas – ocre, azul e branco. Enquanto que, nos do corpo da igreja, a tonalidade é apenas distinguida entre o azul e branco, eis a diferença principal mas, de resto não é única. Nestes a perfeição do desenho é superior. Nota-se à vista desarmada que são muito mais perfeitos, as cores mais intensas, o azul mais brilhante, mais cuidado na representação pictórica. São de fabrico de uma cerâmica de Gaia. Já em tempos o tínhamos afirmado que, eram sem dúvida, dos finais do século dezanove. Desfizemos a crença de que eram anteriores a este século e, baseamos a nossa afirmação num dos painéis que mostravam a fachada da Sé de Braga como ela é hoje e em outros elementos, como o desenho para guiar a colocação das peças. Sabíamos que essa representação da fachada da Igreja Maior de Braga, só se mostra, como agora, desde os últimos anos do século dezoito. Nada até há pouco confirmava, sem rebuço, a sua datação e fabrico até que um investigador encontrou, recentemente, devidamente documentada a data do fabrico e o local onde foi executado o trabalho – Vila Nova de Gaia e no último quarteirão do século dezanove. O S P A I N É I S DE AZULEJO Como dissemos, um dos mais importantes motivos desta igreja são os painéis de azulejaria que ornamentam o seu interior, recobrindo-lhe totalmente as paredes, relatando vários passos da vida e martírio do Santo Patrono, podem dividir-se em duas partes. A primeira, os azulejos do altar-mor, dá-nos a representação, antes do seu martírio e, a segunda, no corpo da igreja, a prisão, martírio, morte e trasladação das suas relíquias. Assim, principiemos pelo altar-mor. No lado direito vê-se, segundo a legenda que se trata da entrega de um livro por seu pai a Vicente. Reza ela o seguinte : “EVTIQVIO PAI DE S. VICENTE DANDO-LHE UM LIVRO PARA ESTUDAR”. A seguir outro painel diz : “S. VICENTE PRESO E PROSVIDDIDO (?) A QUE ADORE AHU RETARIO DE DIOCLECIANO O REPVN” que julgamos querer dizer “S. Vicente, preso é obrigado a adorar um retrato de Deocleciano, o repudiou”. Por cima deste e no mesmo lado é representado um quadro em que se nota se nota, talvez, o martírio. Sob este painel, de onde caíram alguns azulejos ( e mais alguns ameaçam cair ) a legenda está incompleta, pois inutilizaram-se os caídos e apenas se pode as letras “SENTE”. No lado esquerdo e na parte de cima de um grande painel. Nota-se um grupo de soldados despindo São Vicente para o levar para o martírio. A legenda diz : “TIRANDO A DALMÁCIA E VESTIDURAS A SÃO VICENTE O LEVAM Pª O MARTÍRIO” No canto inferior está um outro em que se vê São Valério e São Vicente e de cuja legenda se conclui o seguinte: “S. VALÉRIO BISPO ORDENADO DE EVANGELHOS LANÇANDO--LHE A DALMÁCIA SOBRE SÃO VICENTE” No corpo principal ( no qual se nota uma ortografia mais recente, ortografia do século XIX ) e no lado esquerdo, parte superior, o corpo de São Vicente, protegido por um corvo do assalto a ferocidade de um lobo. A legenda ; “ O CORPO DE SÃO VICENTE É DEFENDIDO POR UM CORVO” Na parte inferior deste mesmo lado, vê-se de novo um grupo de soldados e entre eles presos S. Valério e S. Vicente, estando assinalado o facto na legenda: “SÃO VICENTE E SÃO VALÉRIO PRESOS PARA VALÊNCIA POR ORDEM DE DACIANO” Quase encobertos por um confessionário, podem ver-se dois pequenos painéis em que num se mostra uma cidade e que segundo o que lá está escrito se refere a : “A CIDADE DE ORCA ONDE NASCEU SÃO VICENTE”
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Freguesia de São Vicente

A FREGUESIA E A I G R E J A P A R O Q U I A L D E S Ã O V I C E N T E Partindo da Arcada da Lapa, pelo antigo Largo do Eirado ( Largo de São Francisco ) penetramos na rua dos Chãos ( Chãos de Baixo no mapa de André Soares ), até à Praça Alexandre Herculano ( largo dos Penedos, mapa de 1854 ), onde se toma a estreita rua de São Vicente (Chãos de Cima, no mapa de Soares, acima citado ), até ao adro onde se nos depara a imponente fachada da igreja de São Vicente. O culto a São Vicente é muito antigo, podemos afirmar que vem de tempos anteriores à nacionalidade. Pelo tomo III, do cartulário LIBER FIDEI, Santae Bracarensis Ecclesiae, edição crítica pelo Prof. Doutor Avelino de Jesus Costa temos notícia da sua existência pelo documento nº 655, datado de 1 de Janeiro de 1100, a propósito de uma doação à Sé de Braga, que é menciona: “…damos vel quos abemus in villa Tornários ad radice Castro Máximo inter illa colina et Sancti Vicenti de Infidias.” Quando refere “São Vicente de Infias”, diz respeito a uma primitiva ermida, um pouco desviada do actual templo, muito mais tardio, e situada no lugar de Infias, topónimo que assinalava um local, talvez ermo, a fazermos fé do documento nº 805, do cartulário acima, que nos diz que em 14 de Abril de 1152, o Arcebispo Dom João Peculiar “com assentimento do Cabido, doa aos seus homens Pedro Agistrin e Pedro Canavel um terreno junto a Infias (Braga), em recompensa pelos bons serviços prestados e para que o cultivem e nele edifiquem, pagando anualmente a décima da quinta parte ao prelado e seis moedas da moeda corrente aos seus vigários” :“…facio kartam donnationis et firmitatis vobis hominibus meis Petro Agistrin et Petro Canavel de una senra quam habeo in Penelas et inter illu (d) sautum de Penelas et illam viam que vadi de Infias ad Fontanelo et de aliam partem per illam que vadi ad Sanctum Victorem. Do vobis illam pro servicio bono quod mihi fideliter fecisti et ut eam plantetis et edificetis…” Anos decorridos e como última referência, do citado Liber a Infias, lugar onde se encontrava a primitiva ermida, como acima dizemos, vamos deparar em Novembro de 1216, doc. nº. 884, ao tempo do arcebispo Dom Estêvão, com autorização do Cabido, “escamba com Dom Pôncio, mulher e filhos, o casal de Infias (Braga) com certos direitos que ali tinha, pela quinta e outros bens que eles possuíam em Penegate (conc. de Vila Verde): “…facimus kartan concanbii et perpetue firtmitudis vobis domno Poncio civi Bracarensi et uxori vestre Marie Pelagii et vestir atque nepotibus. Damus itaque vobis illud casale meum de Infias…” É curioso notar que só a partir do segundo documento que a grafia insere o topónimo actual, Infias. A referência, no primeiro documento, Sancti Vicenti de Infidias, está ainda relacionada com a primitiva ermida que, como se disse, não ocupava o actual local da igreja, mas sim um pouco mais a norte. Todo este local era e é conhecido actualmente por Infias. Deve ter sido recolhida nos seus alicerces desta pequena ermida, destruída possivelmente aquando da ocupação do território da Bracara pelas hordas sarracenas, a lápide epigráfica visigótica que se encontra encastoada na parede interior da sacristia, inscrição que tem merecido o estudo e a curiosidade de eminentes investigadores. Pelo que ela nos elucida ficamos a saber que, possivelmente, devido à cristianização do território bracarense pelo Bispo São Martinho de Dume (569/579), arredando os costumes pagãos que então enfermavam a população, passaram a denominar-se os dias de semana com a terminologia tal qual hoje nós usamos e bem assim todos os povos de língua portuguesa. Há anos numa visita guiada com cidadãos judeus que visitaram a cidade, apresentaram estes a informação de que também a religião judaica, tinha eliminado os costumes pagãos o que concordamos, ficando a dúvida a quem se deveria atribuir este modo de mencionar os dias de semana o que, quanto a nós, se pode buscar a origem no facto de a religião judaica e a cristã terem partido da mesma base. Esta notável inscrição que, no dizer de Albano Belino, em “Archeologia Christã”, l900, “é, sem dúvida, o monumento mais antigo do cristianismo em Braga”. Com as medidas de 1,40 m. de comprimento por 0,41 m. de altura foi transcrita na obra citada, na versão portuguesa, como se segue : “Aqui descansa Remistuera, desde o primeiro de Maio de 628, dia de segunda feira, em paz, amen”. Várias são as interpretações, vários são o estudos sobre o nome da defunta, única diferença entre todos, mas entre todos o que é certo é o dia em que desceu à terra, “foi no primeiro de Maio de 618, dia de segunda feira”. Entre os que dão o nome de origem teutónica, está o epigrafista, Padre Fidel Fita, que em 1896, afirmava baseado numa fotografia que Belino lhe enviou: “O nome da defunta é teutónico. O seu primeiro elemento sai do nome de Remisol, bispo de Viseu, que assistiu ao 2º Concílio de Braga (ano de 572), no de Remismundo, rei suevo, e noutros. A fotografia permite conjecturar que o segundo elemento seja MUTERA, por ter algum traço de ligadura de T, com E, em cujo caso vem à memória o alemão MUTTER (mãe)” Sabe-se que os bracarenses no tempo do rei suevo Hermenerico, professavam, livremente, a religião cristã, diz o autor acima citado, de “tal modo a crença se propagou, que no ano de 464 poucos suevos havia que não fizessem parte do grémio da igreja cristã”. Esta veneranda lápide visigótica data de 618, cem anos antes da invasão sarracena e do estabelecimento, em quase toda a península ibérica dos sequazes da religião de Maomé e, como tal seria por si só, um monumento a chamar a nossa atenção e respeito pela antiguidade do lugar onde foi encontrada - Infias. Mas voltemos à lápide. Como dissemos, encontrada nas ruínas da antiga ermida, tem sido objecto de múltiplas investigações. Vários especialistas sobre ele se debruçaram. Dos citados Padre Fidel Fita e Albano Belino, no século XIX, e ainda temos o estudo do Prof. Doutor Cónego Avelino de Jesus Costa, êste que tendo feito uma análise in loco nos dá uma interpretação bastante convincente. Para melhor elucidação, achamos que será bom reproduzir o texto gravado na sua grafia latina, segundo a leitura de Avelino de Jesus Costa: “HIC REQVIESCIT REMISNVERA IN KAL MAIS ERA DC QVINGAGIS VI DIE SECVNDA FERIA IN PACE-AMEN”. Quanto ao nome da defunta, como sendo o de REMISNUERA e não Remistuera, como querem alguns, diz Avelino de Jesus Costa, que a sua leitura feita directamente no local e não pretendendo impor como a mais correcta, informa em sua opinião que o nome é REMISNVERA e não Remistvera. Para isso apresenta razões aceitáveis. A sua versão em vernáculo diz: “Aqui repousa em paz Remisnuera ( no dia 1 de Maio) dia de segunda-feira, da era DCLVI ( ano de 618) Ámen. OUTRAS INSCRIÇÕES Mais quatro inscrições se encontram, mas estas no adro da igreja e na fachada. Na fachada, em duas cartelas colocadas aos lados da entrada principal, ficasse a saber por uma que na era do Senhor do ano de 656, foi dedicada naquele local ou por perto um templo dedicado ao mártir Sai Vicente, qual seria o acima mencionado no Liber Fidei. A esta lápide epigráfica faz referência, Azevedo Coutinho, no guia “Guia do Viajante em Braga”, publicado em 1874, e que a páginas 48/9, diz: “Data da antiga era de 656 a existência de um templo dedicado ao Mártir São Vicente”, informando-nos também do mesmo, Albano Belino, in “Inscrições e Letreiros da cidade de Braga” e em “Archeologia Christã”, editados no final do século XIX, como também não o deixou de assinalar Senna Freitas, em “Memórias de Braga”. Desse primitivo templo, como já dissemos, nada resta e, por outra inscrição, ficamos a saber que entre o actual e o primeiro templo, houve um segundo, como reza a inscrição gravada na cartela do lado direito, estando voltados para a porta principal, que tem os dizeres : AQVI SE GANHAM COPI OSAS INDULGÊNCIAS VI SITANDO ESTA CAPELA DEDICADA A S. VICENTE NA ERA DO SENHOR DCLVI REEDIFICADA EM MDLXVI E TERCEDIRA VEZ FUNDADA 1691
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Freg.São Vicente (cont.)

Freg.S.Vicente (conNo outro lê-se : “SÃO VICENTE E SÃO VALÉRIO NO TRIBUNAL ( aqui desapareceu o restante ). Outro quadro apresenta : “O NASCIMENTO DE SÃO VICENTE” No lado direito um grande painel apresenta um aspecto de Braga, no alto onde se desenvolve o tema : “A TRASLADAÃO DO BRAÇO DE SÃO VICENTE Pª A SÉ DE BRAGA” Por baixo deste, um aspecto de : “SÃO VICENTE NO CÁRCERE” Ainda deste lado outro quadro fala-nos da “TRASLADAÇÃO DAS RELIQUIAS DE SÃO VICENTE PARA LISBOA” Enfim, e agora do lado esquerdo do corpo principal, mais dois paneis nos mostram, em cima : “GLORIOSO TRÂNSITO DE SÃO VICENTE” e em baixo: “SÃO VICENTE EXERCENDO O MINISTÉRIO DA PREGAÇÃO QUE LHE INCUMBIU S. VALÉRIO BISPO DE SARAGOÇA”. Todos estes painéis ocupam, na decoração, todos os espaços vazios que tornariam o templo monótono. Os tons azuis, nuns lados mais carregados, noutros mais suaves, e o branco fazendo sobressair os desenhos dão uma imagem rica que aliada à talha dourada dos altares, constituem o chamado estilo barroco nacional. São características especiais e predominantes que se apresentam em igrejas bracarenses, como São Victor, Pópulo e outras mais, ricas em azulejos hagiográficos que recobre, inteiramente, todos os espaços das paredes. Esta maneira de preencher vastos espaços, também se aproveitou para casas apalaçadas, como a Palácio dos Biscainhos e Casa do Raio, remontadas ao século XVIII. A TALHA DOS ALTARES Já nos referimos, um pouco sumariamente, à talha dourada dos altares deste templo. Possui a igreja de São Vicente três altares que merecem a nossa atenção. De todos eles aquele que nos prende, com mais interesse, pela sua situação no topo da igreja e pela riqueza exuberante do seu aspecto, é o altar-mor. Uma profusão de concheados, folhas de acanto, capiteis trabalhados, colunas decoradas com imensos motivos, anjos e ramagens, onde o ouro lhes empresta uma forte e intensa riqueza atestando o valor e arte dos arquitectos, mestres de talha e douradores que em Braga, no século do ouro, trabalharam em Braga. Encobrindo o trono do altar-mór ( tribuna ), uma tela pintada, parecendo recente e que é devida a um artista bracarense, representa o patrono, São Vicente. Neste altar, em mísulas, vêem-se as imagens de Santo António, São Vicente, Divino Salvador do Mundo ( dizem ser a do Santo Homem, trasladada do Arco da Porta Nova) e ainda São João Baptista. Os dois restantes altares, colocados já no corpo da igreja, e situados nos cantos do arco cruzeiro, também de excelente talha, são do Sagrado Coração de Jesus e Nossa Senhora da Luz que como o patrono atraem numerosos devotos. Teve esta igreja a enriquece-la trabalhos de dois dos mais consagrados arquitectos bracarenses. Sabe-se que André Soares (André Ribeiro Soares da Silva) e Carlos Amarante (Carlos Luís Ferreira Amarante), deixaram o seu nome ligado a este templo. Assim referindo-se ao primeiro, André Soares, são do seu risco as sanefas e caixilhos das janelas da capela-mor, desenhadas e executas em 1751. Quanto a Carlos Amarante, diz Robert C. Smith, em “Três estudos bracarenses”, revista e Boletim da Academia Nacional de Belas Artes – 2ª série, Lisboa, 1970, nº 24 a 26, pag. 63 : “… ligando-se directamente com o vocabulário decorativo empregado nos relevos da caixa do pequeno órgão (…) traçada para a igreja de São Vicente, de Braga, por Carlos Amarante antes de 1769 (a) que foi entalhada por Luís Manuel da Silva …(b)”. Por interesse para a história da Igreja de São Vicente e de alguns artistas que intervieram na feitura do órgão e demais ornamentos da referida igreja, vamos transcrever as notas que Smith nos deu e que assinalou por (a) e (b). assim as notas estão inseridas a páginas 75/76, da acima mencionada revista : (a)- “No termo da reunião de 23 de Janeiro, deste ano, lemos que “Também foy preposto q como se tinha mandado dar seis mil e quatrocentos reis pelo risco. E mudelo a Luís Fer.ª Amarante E Ester não quis aceitar por pouco e andando excortenio se venceo sa lhe dece mais mil e seiscentos reis pª com elles fazer a quantia de oyto mil reis… E outro sim foy preposto q como o organo Estava coazi completo se mandaçe \satisfazer ao Mestre Luís de Sousa de sessenta mil reis dos Ecos, e andando ao excrutinio se venceo lhe mandaçe satisfazer a dª quantia e se mandou paçar Vilheta” (arq. Irmandade, Livro de Termos desde 1765 até 1772, fl. 110). (b)- “A,B.D., NTG, vol. 785, 58, 58 v. Esta talha foi vistoriada pelo entalhador Teodósio Álvares de Araújo, em Dezembro de 1769 ( arquivo da Irmandade, Livro de Termos, 1765, fls. 137 v. e 138). Foi dourada em 1774, juntamente com muitas outras peças da mesma igreja, pelos pintores Manuel da Silva, Francisco José Laranja, Boaventura José da Silva e Luís Pinheiro Lobo, todos de Braga. (ADB, NTG. Vol. 808, fls. 27 v. 28 )”. A Igreja foi também “enriquecida por um sumptuoso coro… barroco com nítida influência estrangeira ( francesa ) no espírito da época de Luís XV”. Sobre a sanefa do arco cruzeiro, reportando-nos de novo Smith e à nota nº 86 do seu trabalho “ André Soares – Arquitecto do Minho”, vemos o seguinte :“… Em 1769, desenhou ( André Soares ) a grande sanefa do arco cruzeiro, caixilhos e outra talha da nave da Igreja do Mártir São Vicente, em Braga, entalhados por Manuel Sampaio ( arquivo da Irmandade, Livro de Termos 1765-1772, fols. 170 v. e 171) e executou na mesma igreja, as ricas grades do coro e certos acréscimos da caixa do órgão, desenhada por Carlos Amarante (idem, ibidem, fols. 137 v. 138…). Pelo exposto acima o órgão, muito embora tenha sido desenhado por Amarante, André Soares imprimiu nele algo do seu génio. Smith indica ainda que Soares, recebeu em Janeiro de 1759, a quantia de 2$400 reis em pagamento do “ risco pª as sanefas de cortinado novo” da igreja de São Vicente. A T O R R E René Bazin, conhecido crítico de arte francês, referindo-se a várias fachadas de igrejas bracarenses, diz : “ Un groupe de façades de Braga, heureusemente datées, son engendréss les unes quand les autres, nous fait assister au jaillissement du baroque. Il s’agit de São Victor (1690), os Franciscano (Terceiros) (1690), São Vicente (1691) qui est un des plus glorieux morceaux darchitecture du Portugal, enfim l’eglise franciscaine du faubourg de Braga, à laquelle se trouve adjointe l’eglise ronde de São Frutuoso…” (5) Assim, a tradução livre, diz-nos : “Um grupo de fachadas de igrejas bracarenses, felizmente datadas, feitas umas quase quando as outras, fazem-nos assistir ao despontar do barroco. Trata-se de São Victor (1690), a dos Terceiros (1690), São Vicente (1691) que é uma das mais gloriosas peças da arquitectura de Portugal, enfim a igreja franciscana dos arredores de Braga, a qual está situada junto à igreja de São Frutuoso de Montélios”. Assim, sobre a torre sineira, razão deste capítulo, vamos de novo recorrer a Bazin que afirma que: “Para libertar completamente a frente da igreja que conceberam como um quadro esculpido, os arquitectos bracarenses do fim do século XVII, conceberam de uma maneira elegante, o problema das torres sineiras ( que colocada [uma só] na frente ficava [ a fachada] assimétrica), colocando-a na extremidade oriental da igreja ( nas igrejas cujas fachadas, obedecendo aos cânones se orientavam para Ocidente – casos de São Victor, Senhora-a-Branca, Pópulo (a torre velha), São Sebastião, Terceiros, Lapa, etc. – junto da sacristia como prolongamento da Capela-mor (…); resultando um alongamento do plano que acentua mais progressão decrescente dosa volumes e que dão a estes monumentos proporções graciosas, em aparece já o génio da elegância da arte portuguesa que surgiu no século seguinte ( o barroco nacional )”. t)
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freguesia S.Vicente (cont.)

F.S.Vicente (cPassou a ser conhecido esta solução dada, bem bracarense, como a de TORRES TRASEIRAS. Ora torre de São Vicente, que ora vemos no seu estilo barroco, não é a primitiva. Sabemos isto consultando o Diário Bracarense do memorialista Silva Thadim, ( século XIX ), que a página 560 refere o seguinte : “Em o dia 20 de Dezembro de 1812, deu nesta cidade um grande trovão que atemorizou toda a cidade e caiu uma faísca na torre de São Vicente, a qual a derrotou toda a torre das sineiras a para cima e por isso não tocaram mais os sinos dela. A dita faísca ou raio veio dar à sacristia, deitou a imagem do Santo Cristo que nela estava abaixo e lhe quebrou um braço. Depois veio dar à igreja onde fez grande fumaça que foi necessário abrir as portas dela para a deitar fora e se sumiu na terra dentro da mesma igreja, É a segunda que tem caído na dita torre e da qual eu me recordo bem e de ser consertada desde o meio para cima”. Quando do resultado após o derrube provocado pelo primeiro raio que caiu na torre, foram colocadas nela algumas relíquias de Santos que a deviam proteger contra raios e coriscos, como as de Santa Bárbara. Como veremos foi infrutífera tal medida, porque passados anos, de novo foi atingida por uma descarga eléctrica. Agora e a partir da data em que foi colocado um pára-raios, nunca mais a bela torre sofreu as sevícias do temporal, isto no que diz respeito à queda de raios, porque os temporais ainda há poucos ali fizeram os seus estragos. Mas voltando um pouco atrás, Silva Thadim não nos diz se o estilo inicial da torre foi respeitado na reconstrução, mas é de crer que sim. Conserva ela todos os elementos barrocos e, reparando bem, nota-se nas pedras por baixo das sineiras, na cercadura que algumas apresentam nas nela falhas e partes partidas mostrando os estragos causados. Como acima dissemos, há poucos anos um grande temporal derrubou o seu magnífico cata-vento. A grimpa que pesava mais de 300, rica peça comparável a outras duas da igreja de Santa Cruz, veio abaixo e despedaçou-se no lagedo e, jaziam os seus esfrangalhados restos, num canto do terreiro. TRADIÇÕES A FOGUEIRA DE SÃO VICENTE Quatro ou cinco dias antes da Solenidade da Festa do Mártir São Vicente, que tem lugar no dia 22 de Janeiro, o rapazio das redondezas principia a correr as ruas do burgo, lançando o pregão “LENHA, LENHA, LENHA PARA SÃO VICENTE”, e vai recolhendo aos poucos a lenha que os fregueses e devotos do Santo Mártir oferecem para a fogueira que, na noite que antecede o dia festivo, tem lugar no adro, em frente da porta principal. É uma tradição que se vem repetindo ao longo dos anos. Por volta da meia noite é lançado fogo à enorme pilha que o rapazio reuniu, num clara alusão ao martírio de São Vicente que, dizem, foi queimado vivo. Foguetes sobem ao ar num estalejar ensurdecedor. A festa anima. Os tabuleiros com rebuçados artesanais – os rebuçados do Senhor – embrulhados em papeis de cores vistosas, feitos de açúcar em ponto lançado sobre uma chapa de ferro, previamente aquecida ao rubro, chamam a atenção da catraiada. Cesto com velas de cera, abundam por aquele terreiro, para que os devotos, comprando-as, oferecem ao Santo Milagroso cumprindo as suas promessas. A ROMARIA DOS MENINOS Durante os dois dias de festa as gentes da cidade ocorrem ao templo, com as suas crianças, numa romaria compacta, tão concorrida que por vezes é quase impossível entrar na igreja. A causa desta afluência está na crença de que São Vicente é o Santo que protege a crianças, livrando-as da terrível doenças das bexigas ( Varíola ). Pode afirmar-se que não haja ninguém em Braga, que, pelo menos uma vez na sua vida, não tivesse feito a romagem ao templo do Mártir e não se tivesse ajoelhado perante o altar onde se venera tão grande Santo e não tenha acendido uma vela votiva, pois está arreigada, profundamente, nas gentes bracarenses. LER O FUTURO Tradição hoje perdida e de só alguns velhos lavradores se lembrarão, era a de que à meia noite – na noite da fogueira - se ler o futuro do ano agrícola. Hoje já ninguém procede a esse ritual. Ao soar – primeira badalada da meia noite reunia-se no adro da igreja os lavradores das redondezas. Um deles, possivelmente o mais velho e mais sabido na interpretação da leitura, acendia uma vela benta, isto é, devidamente benzida.Conforme a inclinação da chama, para Norte, Sul, Nascente ou Poente, se se avivasse ou morresse, o “ledor”, anunciava como se comportaria o próximo ano agrícola se seria bom para o milhão, para a vinha, para o azeite enfim, para a agricultura em geral ou, pelo contrário se avizinhava um mau ano. Hoje acreditaria alguém nisso ? No entanto era um ritual que se cumpria e que por certo terminaria depois pelo pedido da intercessão do Santo para o bom ano, em alguma taberna que seria o modo de pagamento ao adivinho. OS MOLETINHOS DE SÃO VICENTE No dia da festa é costume obrigatório – sem este costume não haveria festa – comprar os MOLETINHOS DE SÃO VICENTE, um saboroso bolo de pão levedo que tem tradição. De onde veio ela ? Nada de concrecto se pode afirmar. Possivelmente terá nascido na velha “usança” da doçaria bracarense, talvez conventual ? Sabemos que as freiras eram exímias na confecção da deliciosa doçaria. Chegou até nós o doce fino – doce de ovos, sem farinha e só com amêndoa ralada e açúcar, pousado e embrulhado em obreia – o famoso toucinho do céu, as queijadas de amêndoa e outros regalos que tem feito a volúpia de muitos gulosos. Há quem afirme, no entanto que os “moletinhos”, não tem a atestá-los antiguidade. Dizem ter nascido da mão de uma doceira bracarense que no século dezanove ou princípios de vinte lançou a ideia de os produzir. Também dizem que como em todos as romarias minhotas, o doce sempre aparecia e aparece – estamos a lembrar-nos dos doces brancos, recobertos de açúcar – porque não criar um especial para a Romaria dos Meninos ? E porque não aproveitar a fôrma da grelha do martírio de SãoVicente ? E assim, uma bracarense, boa cozinheira e melhor doceira, com ovos, fermento, farinha, açúcar e outros ingredientes necessários, inventou um delicioso bolo que agora faz parte integrante e indispensável na romaria de SãoVicente. O RESTAURO DA PARÓQUIA E A FUNDAÇÃO DE FREGUESIA CIVIL Quando em 25 de Março de 1926, dia da Festa da Anunciação de Nossa Senhora - o Arcebispo Dom Manuel Vieira de Matos, remodelou por decreto as freguesias da cidade, não fundou uma nova paróquia de São Vicente, mas podemos dizer, ressuscitou-a. Baseamos esta nossa convicção no que refere Azevedo Coutinho, no Guia do Viajante de Braga que na pág. 48 : “Há noticia de que, no sítio de Infias, houve em tempo remoto, não igreja, mas paróquia de S. Vicente, e n’um tombo, feito no século X, dos limites do bispado de Dume, consta isso mesmo.” De facto, também Albano Belino in “Inscripções e Letreiros da Cidade de Braga, a isso faz referência na página 48 :´ “No livro Rerum Memorabilium, existente no arquivo da Mitra, e mandado escrever pelo arcebispo D. Frei Agostinho de Jesus ( apelido Castro ), para coleccionar documentos relativos à história eclesiástica de Braga, lê-se que no século X se fizera Tombo dos Limites do Bispado de Dume, com assistência do Rei de Leão, Bispo, e outras pessoas gradas ; e que no referido Tombo consta a existência da igreja de São Vicente no sítio de Infias.” Assim Dom Manuel Vieira de Matos, proceder à divisão e remodelação das paróquias da cidade veio assim dar a São Vicente um lugar que por direito próprio de novo (re)conquistou, como se vê pelo inicio do decreto arcebispal : “…Visto os autos – Mostra-se que a antiga circunscrição paroquial da cidade de Braga, pelo considerável aumento de população e pela urgência em se prover as necessidades do culto e da melhor segurança da salvação das almas carece de uma larga remodelação …- Mostra-se no populoso bairro de São Vicente, actualmente divido em três das freguesias da cidade, poderia criar-se uma paróquia sem prejuízo das actuais e profícuos resultados para o pastoramento das almas …”, Portanto, a partir de 25 de Março de 1926, (re)criou-se a paróquia de São Vicente, anexando a ela parte das freguesias de S. Victor, São Lázaro e S. João do Souto. Desta maneira ficou resolvido o problema que longe vinha entre a Confraria e o prior de São Victor, que exercendo a jurisdição sobre a Igreja de São Vicente nunca quis abdicar dos seus direitos. Finalmente em 6 de Dezembro de 1933 foi oficialmente criada a freguesia civil de São Vicente. Na sua grande extensão, passa desde as Pocinhas (nova urbanização de Infias), Monte Castro, pelo meio do Campo do Salvador (Mercado Municipal), Igreja do Carmo, pelo meio das ruas Carvalhal e de Santo André e Campo Novo, parte da rua de São Gonçalo desde o gaveto com a Avenida (à direita de quem sobe), rua de Guadalupe, Regueira, cortando pela rua Camões, até Santa Margarida (lado Poente) e entrando no meio da rua Dom Manuel Vieira de Matos, até ao encontro com a rua de São Domingos dirige-se ao meio do Largo do Monte de Arcos. Passa pela parte Poente do rua do Areal circunda a cerca do Quartel de Cavalaria (antigo R. I. 8), e pela antiga quinta de Torrados (urbanização de Infias), vai fechar o seu aro, no citado lugar das Pocinhas. Neste grande espaço nasceram ultimamente urbanizações, exemplo Pachancho, centros comerciais, comércio, serviços e pequenas indústrias. De notar que dentro da freguesia se encontra a Casa de Vale Flores (autêntico museu particular) com sua capela particular de Nossa Senhora do Pilar, o Cruzeiro do Senhor das Ãncias e o busto de Domingos Pereira,(Jardim de Infias), o Liceu Sá de Miranda, a citada Igreja de São Vicente, o Lar de São José (antigo Convento de Santa Teresa), a Universidade Católica instalada no antigo Seminário de Santo António e São Luís Gonzaga (seminário da sopa) e Faculdade de Filosofia. Não só pelo espaço que ocupa, a Freguesia de São Vicente é uma das três maiores e mais populosas desta nobre cidade de Braga. Braga, 10 de Novembro de 2010 Luís Costa Email: luisdiascosta@sapo.pt Telf. 253 216 602 1 – Tesouros Artísticos de Portugal –Ed. .S.R.D. pag 32 2- Albano Belino - Archeologia Christã pg., 191 – ( 1900 ) 3 - Discours Premilinaires, ou Tableau de L’Histoire de Église. Pg. 432 ( 1758 ) 4 - Nóbrega – Vaz-Osório – Pedras de Armas e Armas Tumulares do Distrito de Braga - Cidade 5 -Boletim da Academia Nacional de Belas Artes, 2ª série nº 2, pag. 5 ont.)
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Segunda-feira, 8 de Novembro de 2010

São José de São Lazaro

SÃO JOSÉ DE SÃO LÁZARO Durante cinco crónicas, pretendemos dar a conhecer parte da história das cinco freguesias que faziam parte da cidade de Braga, no início do século XVIII – Sé, Cividade, São João do Souto, estas dentro dos muros medievais, e duas fora dessa cintura, São Vitor e Maximinos. Agora, vamos completar o número das sete que hoje figuram no concelho, São José de São Lázaro e São Vicente, a primeira criada em 1747 e a segunda no passado século XX. Seguindo a lógica da antiguidade, nesta crónica dedicar-nos-emos a São José de São Lázaro, verdadeiro nome desta freguesia. Para começar vamos situar no ano da sua fundação, 1747. Governava a Arquidiocese Bracarense o Príncipe Arcebispo Dom José de Bragança. Segundo Monsenhor Ferreira na sua obra “Fastos Episcopais da Igreja Primacial Bracarense”, tomo III, pag. 314, o Arcebispo “tendo vagado a freguesia de São Vitor pela morte do seu Pároco Dr. Manuel de Mello e Lima em 2 de Março de 1747, aproveitou o ensejo para dividir esta Paróquia, que pela sua enorme extensão e numerosa população não podia ser curada por um só pároco. Dividiu-a, pois, e com a parte desmembrada criou a freguesia de São Lázaro, provendo e colando nela o Padre João do Couto Ribeiro em 5 de Setembro de 1747…”, ficando instalada a sua sede, na ermida da Gafaria, de São Lázaro e pretendendo preservar o seu nome, deu à paróquia o nome de São José de São Lázaro, nome que ainda hoje perdura na Freguesia Esta ermida, de pequenas proporções não se coadunava com a numerosa população que então já habitava este lugar. No entanto esta ermida serviu a população até ao período da governação arcebispal de Dom Frei Caetano Brandão (1790/1805), que a mandou derribar e, em sua substituição, fez erigir o templo actual. Vamos em seguida, socorrendo-nos de um caderno que em tempo escrevemos, fazer uma sumária descrição dessa nova igreja e, repetindo e aproveitando algumas notas sobre a freguesia de estamos a tratar. “PARÓQUIA DE SÃO JOSÉ DE SÃO LÁZARO” No entanto preservando para o futuro o nome do patrono da antiga ermida, São Lázaro, mas querendo também que o seu nome figurasse como fundador da freguesia, acrescentou-lhe José, determinado que a freguesia seria nomeada por FREGUESIA E PARÓQUIA DE SÃO JOSÉ DE SÃO LÁZARO. Esta informação foi recolhida por Monsenhor Ferreira, no Diário Bracarense de Silva Thadim, a pag. 155, nota que tem por título VIGAIRARIA DE SÃO LÁZARO. Pertencendo a área que hoje ocupa, desde tempos imemoriais, a São Vitor, São Lázaro em pleno século dezoito conquistou, podemos dizer, a sua independência dado o seu extraordinário povoamento que se originou, entre outros aspectos, na sua situação nas margens do rio Este. Contribuiu para o seu desenvolvimento, a sua rudimentar mas necessária indústria de moagem de pão, um dos mais imprescindíveis alimentos da população. Ao longo do pequeno rio, especialmente no lugar dos Galos, numerosos moinhos, tinham na força hidráulica a sua fonte de energia. Ainda hoje restos dessa indústria se pode observar. Mas estamos a fugir do principal motivo deste caderno – a velha igreja da paróquia de São José de São Lázaro. Estava situada ladeando a velha rua da Água, como era conhecida toda a extensão da via que partindo do Campo de Santana (hoje Praça da República) se dirigia à ponte de São João, caminho da Falperra em direcção a Guimarães. Esta via popularmente tinha três nomes: o primeiro Rua das “Agoas” até à igreja de São Lázaro, que aí tomava o nome do patrono da igreja; de seguida mais à frente era conhecida até à velha ponte romana ( ponte restaurada por Carlos Amarante, depois de destruída por uma grande enchente em 1779, que provocou a morte a 32 pessoas ) atribuíam-lhe o de rua da Ponte de São João. Albano Belino, em “Archeologia Christã”, diz que “a actual igreja, de arquitectura simplíssima, foi construída a expensas do arcebispo Dom Frei Caetano Brandão”. De facto pela gravura que ilustra este caderno podemos atestar esta apreciação do consagrado autor. A fachada do templo de São Lázaro era dividida, praticamente, em três aspectos visuais. O primeiro incluía a porta de entrada até ao friso onde se iniciava a segunda, que incluía um grande janelão e a terceira, como remate, era composta pelo frontão triangular. Analisemos agora em pormenor cada um destes aspectos. No primeiro destacava-se a porta de entrada, colocada sobre uma série de quatro degraus, em escada, quer dizer, os mais extensos junto ao pavimento da rua, diminuindo os outros em escala até chegar à soleira. Em cada lado da porta, estibolátos, serviam para suporte e começo das pilastras, encimadas por simples capitéis, prolongavam-se até ao cimo do conjunto que a envolvia e suportava a arquitrave. Esta era ladeada por ombreiras que desde o degrau da entrada, se erguiam até à verga um pouco abaulada que nelas se apoiavam. Ao lado, nas paredes e junto às pilastras dois pequenos motivos, sem qualquer ornamento. Sobrepujando esta primeira parte, uma cintura de pedra, ao redor de um quase cobertura, assentava uma composição pétrea, decorada em almofadas, servia de base, ao grande janelão, com vidros em quadrículas, que iluminava o interior do templo. Nesta segunda parte em que dividimos a fachada nada mais existia de menção. Para início da terceira parte, via-se uma espécie de cornija que se prolongava para as faces laterais e que era a parte inferior do frontão fechado, triangular, ao centro do qual se encontrava uma cartela com decoração. Para rematar a fachada, sobre as colunas laterais, viam-se duas urnas, estriadas, rematadas por uma espécie de floreiras. Ao centro do ângulo superior, num acrotério, um pseudo barroco, suportava a cruz arcebispal. Quanto à fachada em si, nada mais merece apreço o que é o mesmo que dar razão a Belino. Na gravura que inserimos há no entanto motivo para chamarmos a atenção. Referimo-nos a dois aspectos que ela apresenta. Na parte esquerda vemos duas representações. Uma em que se nota uma janela de guilhotina tem na parte baixa, sobre um pequeno telhado, uma porta envidraçada. Era um oratório do Senhor da Aflição. No qual se venera ainda uma pintura de Cristo e que foi transferido para o lado norte de um dos edifícios que os Serviços Sociais da Caixa de Previdência construiu depois do derrube do velho templo. Ao lado uma porta, num muro de alvenaria dava acesso à sacristia. Curiosa é a representação de um pormenor, quase escondido que ali se vê, um remate de uma cruz. Trata-se do Cruzeiro de São Lázaro. Durante muitos anos ocupou o logradouro da sacristia, e o muro que encerrava este logradouro não permitia a sua vista. Como tal, só e apenas algumas pessoas o conheciam. Cabe aqui fazer uma referência ao símbolo da cruz. Para isso seguimos Albano Belino e a sua obra “Archeologia Christã” que sobre este símbolo refere: “Já no tempo dos egípcios, cartagineses, assírios, persas, hebreus e gregos, a cruz era aplicada aos suplícios de malfeitores, introduzindo-a Tarquínio Soberbo em Roma para a execução das sentenças de pena última; e subsistiu este costume até que o Imperador Constantino Magno, em atenção ao suplício de Cristo, a fez venerar como símbolo que é a redenção da humanidade. Desde então o lábaro santo principiou a aparecer hasteado, como pregão de paz e amor, perdão conforto e esperança, na cúspide dos montes, nas povoações sertanejas e nas cidades e vilas, sobre a coroa dos monarcas, junto das encruzilhadas e sobre as pontes…” E assim a cruz, que até então era um símbolo de castigo, passou a ser um símbolo de paz e amor, disseminada por toda a parte, desde os mais recônditos lugares até aos mais diversificados. Já agora e, como se costuma dizer, como “estamos com as mãos na massa”, vamos alongarmos um pouco mais sobre as “cruzes”, e deixaremos para mais adiante falarmos no Cruzeiro de São Lázaro. Por vezes nas pontes encontramos estes símbolos da religiosidade. Segundo o autor acima citado, uma cruz numa ponte quer dizer: “Podeis crer que são duas pontes: por uma se vai ao céu, por outra se passa o rio”. Afirma também que no norte de Portugal era frequente a prática dos montinhos de pedra junto de uma cruz no local onde alguém tinha morrido de desastre ou violência e que esses montinhos de pedras se formam rezando por cada pedrinha que se colocava junto da cruz, um Padre-Nosso, e às quais lhes chamava o povo “Fiéis de Deus”. Sobre a colocação a meio das pontes de uma cruz, temos para exemplo uma na ponte medieval de Ponte de Lima. Por vezes em vez da cruz, aparece, substituindo-a uma legenda epigráfica com, inserindo ao lado de outras indicações, uma oração ou conselho ou uma informação como, por exemplo, na ponte de Prado: “Esta obra fez António de Castro, da vila de Viana, no ano de 1676. Enquanto tiveres (vida), deias (dá). Mira (olha) por ti, sê prudente. Asi (assim) como se paga a ponte se paga a vida brevemente”. Como curiosidade, e para ficarmos com um breve conhecimento, reportando-nos a Belino e á obra citada, “a forma da cruz de Cristo, dois paus atravessados em ângulo recto, é egípcia. O vocábulo, derivado do latim crus, significa tronco de árvore abaixo da bifurcação: assim eram as primeiras cruzes a que se condenavam os presos como o foi São Sebastião. Mas voltemos ao Cruzeiro de São Lázaro. A princípio estava quase contíguo à igreja, num pequeno largo formado ao lado norte, onde os Granginhos se ligavam à rua da Água, e foi feito em 1735. Tem uma imagem de Cristo Morto, e a coluna, diz Belino, é dividida em gomos salientes que se desenvolvem bastante na parte inferior, como se pode ver na gravura que ilustra este caderno. Na base lê-se da inscrição: “Senhor das Necessidades, reformado à custa dos devotos no ano de 1884”. Quando as obras iniciais para a abertura da Avenida da Liberdade, foi removido para o terreiro de entrada da sacristia onde, como já dissemos, estava quase escondido pelo muro. Quando a Avenida principiou a ser rompida em 1906, decalcando a rua da Água e casas, quintais, hortas, pomares, tanques e poços, e que ficavam a um nível inferior ao piso actual, a igreja foi poupada pois ali terminou a primeira fase da grande obra que a Câmara do princípio do século XX idealizou – uma grande avenida ligando o centro da cidade ao lugar de São João da Ponte e caminho de Guimarães. Cerca dos anos 50 desse século, estando a Câmara sobre a presidência de Santos da Cunha, continuou a abertura do restante até à Ponte, mas a igreja ali continuou “de pedra e cal” obstruindo a perspectiva da avenida. Finalmente, por finais dessa década, foi resolvido o imbróglio, com o acordo para, por perto, se construir um novo templo. E assim graças ao empenho do Arcebispo Dom Francisco Maria da Silva, foi possível inaugurar em 1976, uma nova igreja de linhas modernas, risco do arquitecto lisboeta José Maria dos Santos, na continuação da rua 25 de Abril. Junto a êste novo templo, como homenagem ao arcebispo que incrementou a nova construção, foi erigida a estátua de Dom Francisco Maria da Silva e, no espaço ajardinado ao lado direito, foi colocado o elegante cruzeiro a que nos referimos acima. A escolha desta feliz localização, deve-se a várias diligências de alguns paroquianos. Chegou a aventar-se a hipótese de ser recolhido no Museu Dom Diogo de Sousa, mas estes não concordaram em sair do espaço da freguesia e chegaram a dar a sugestão do Largo do Rechicho mas com a construção do novo templo, a opinião foi unanimidade no actual local. O INTERIOR DO TEMPLO QUE FOI DESTRUÍDO Era constituído por uma só nave, com altares laterais e ao cimo a Capela Mor. Podemos dizer que o seu interior era bem modesto, nele apenas sobressaía a talha da tribuna, sanefas, executadas por volta dos anos trinta do século passado numa oficina de entalhador situada na rua de Santa Margarida. Os lambris das paredes interiores eram revestidos a meia altura por azulejos, com motivos dos martírios de Cristo. As imagens de valor foram transferidas para o novo templo, bem como para ali passou o rico Arquivo Paroquial no qual estão registados factos relevantes ocorridos na paróquia como, por exemplo, o registo da sepultura do Engenheiro Villa Lobos, assassinado no Alameda de Santa Ana (Avenida Central), aquando das invasões francesas. VALÊNCIAS DA FREGUESIA São várias as valências que a Paróquia de São José de São Lázaro, presta á sua numerosa população residente e não só. São elas a ATL creche e Jardim de Infância, Lar da Terceira Idade, Centro de Dia, Apoio Domiciliário, CRIAS (Centro de Resposta Integrado de Apoio aos doentes da Sida) e ainda à nossa associação UBATI (Universidade Bracarense do Autodidacta e da Terceira Idade), à qual tem dado especial carinho, que muito agradecemos, alunos, professores (entre os quais sou um modesto colaborador) e funcionários. Da responsabilidade da JUNTA de FREGUESIA, na rua 25 de Abril, há um Jardim de Infância, com bastantes sombras e vários apetrechos para entretimento dos pequenos “fregueses”. O CRUZEIRO Mas voltemos ao Cruzeiro de São Lázaro. A princípio estava quase contíguo à igreja, num pequeno largo formado ao lado norte, onde os Granginhos se ligavam à rua da Água, e foi feito em 1735. Tem uma imagem de Cristo Morto, e a coluna, diz Belino, é dividida em gomos salientes que se desenvolvem bastante na parte inferior, como se pode ver na gravura que ilustra este caderno. Quando as obras iniciais para a abertura da Avenida da Liberdade, foi removido para o terreiro de entrada da sacristia onde, como já dissemos, estava quase escondido pelo muro. Como já referimos quando a Avenida principiou a ser rompida em 1906, decalcando a rua da Água e casas, quintais, hortas, pomares, tanques e poços, e que ficavam a um nível inferior ao piso actual, a igreja foi poupada pois ali terminou a primeira fase da grande obra que a Câmara do princípio do século XX idealizou – uma grande avenida ligando o centro da cidade ao lugar de São João da Ponte e caminho de Guimarães. Cerca dos anos 50 desse século, continuou-se a abertura do restante até à Ponte, mas a igreja ali continuou “de pedra e cal” obstruindo a perspectiva da avenida. Finalmente, por finais dessa década, foi resolvido o imbróglio, com o acordo para, por perto, se construir um novo templo. E assim graças ao empenho do Arcebispo Dom Francisco Maria da Silva, foi possível inaugurar em 1976, uma nova igreja de linhas modernas, risco do arquitecto lisboeta José Maria dos Santos, na continuação da rua 25 de Abril. Junto a êste novo templo, como homenagem ao arcebispo que incrementou a nova construção, foi erigida a estátua de Dom Francisco Maria da Silva, e ao lado, no espaço ajardinado ao lado direito, foi colocado o elegante cruzeiro a que nos referimos acima. A escolha desta feliz localização, deve-se a várias diligências de alguns paroquianos. Chegou a aventar-se a hipótese de ser recolhido no Museu Dom Diogo de Sousa, mas estes não concordaram em sair do espaço da freguesia e chegaram a dar a sugestão do Largo do Rechicho mas com a construção do novo templo, a opinião foi unanimidade no actual local. Mas voltemos ao Cruzeiro de São Lázaro. A princípio estava quase contíguo à igreja, num pequeno largo formado ao lado norte, onde os Granginhos se ligavam à rua da Água, e foi feito em 1735. Tem uma imagem de Cristo Morto, e a coluna, diz Belino, é dividida em gomos salientes que se desenvolvem bastante na parte inferior, como se pode ver na gravura que ilustra este caderno. Na base lê-se da inscrição: “Senhor das Necessidades, reformado à custa dos devotos no ano de 1884”. Quando as obras iniciais para a abertura da Avenida da Liberdade, foi removido para o terreiro de entrada da sacristia onde, como já dissemos, estava quase escondido pelo muro. Quando a Avenida principiou a ser rompida em 1906, decalcando a rua da Água e casas, quintais, hortas, pomares, tanques e poços, e que ficavam a um nível inferior ao piso actual, a igreja foi poupada pois ali terminou a primeira fase da grande obra que a Câmara do princípio do século XX idealizou – uma grande avenida ligando o centro da cidade ao lugar de São João da Ponte e caminho de Guimarães. Cerca dos anos 50 desse século, estando a Câmara sobre a presidência de Santos da Cunha, continuou a abertura do restante até à Ponte, mas a igreja ali continuou “de pedra e cal” obstruindo a perspectiva da avenida. Finalmente, por finais dessa década, foi resolvido o imbróglio, com o acordo para, por perto, se construir um novo templo. E assim graças ao empenho do Arcebispo Dom Francisco Maria da Silva, foi possível inaugurar em 1976, uma nova igreja de linhas modernas, risco do arquitecto lisboeta José Maria dos Santos, na continuação da rua 25 de Abril. Junto a êste novo templo, como homenagem ao arcebispo que incrementou a nova construção, foi erigida a estátua de Dom Francisco Maria da Silva, e ao lado, no espaço ajardinado ao lado direito, foi colocado o elegante cruzeiro a que nos referimos acima. A escolha desta feliz localização, deve-se a várias diligências de alguns paroquianos. Chegou a aventar-se a hipótese de ser recolhido no Museu Dom Diogo de Sousa, mas estes não concordaram em sair do espaço da freguesia e chegaram a dar a sugestão do Largo do Rechicho mas com a construção do novo templo, a opinião foi unanimidade no actual local. São várias as valências que a Paróquia de São José de São Lázaro, presta a sua numerosa população residente e não Só. São elas a ATL creche e Jardim de Infância, Lar da Terceira Idade, Centro de Dia, Apoio Domiciliário, CRIAS (Centro de Resposta Integrado de Apoio aos doentes da Sida) e ainda à nossa associação UBATI (Universidade Bracarense do Autodidacta e da Terceira Idade), à qual tem dado especial carinho, que muito agradecemos, alunos, professores (entre os quais sou um modesto colaborador) e funcionários. UM POUCO DE HISTÓRIA DESTA GRANDE FREGUESIA Sendo uma das maiores freguesias da cidade, freguesia em constante expansão que já mereceu a sua desmembração com a criação da paróquia de Santo Adrião que lhe pertencia, deve em parte a sua riqueza ao longo dos anos pela pujante indústria, centrada principalmente pelo rio que corre ao longo do seu vasto território – o rio Este. O seus moinhos de pão que sustentaram ao longo dos anos o fornecimento de farinha, para o principal alimento das populações bracarenses, moinhos situados nas suas tão desprezadas e inaproveitadas margens por quem de direito que tinha a obrigação de as proteger, foram em tempos idos, quando o rio era saudável e não um “encanudado” e pestilento foco de imundice, um saudável recanto desta arquiepiscopal cidade. Ali se pensou em instalar uma pequena hidroeléctrica, foi criada uma fábrica de papel e já no século vinte uma saboaria, mas uma das suas principais fontes de fama foram aas águas termais que, apesar de pouca valia, serviram para serem usadas para doenças de pele. Na sua margem, junto à agora rua dos Barbosas, existe a famosa fonte dos Galos, considerada durante muitos e muitos anos como o fontanário que melhor água fornecia a Braga. Mas o lugar de São Lázaro correu mundo quando, no século dezoito, aqui foi instalada uma fábrica de armas de guerra e caça, as famosas LAZARINAS, então consideradas pelos especialistas, como as melhores armas da Europa a ponto de serem copiadas por uma fábrica belga e que em qualidade lhe eram inferiores. Aqui esteve para ser montada, por um alemão casado com uma moça de São Lázaro, uma fábrica de cerveja. Ainda nos anos vinte do século vinte ali foi montado um balneário público, para servir a população bracarense, com instalações então modernas e cujas plantas do edifício, preços, adjudicação do concessionário se encontram no Arquivo da Câmara Municipal de Braga. Tem a honra de ter tido a primeira fábrica de sinos de Portugal – o Anuário Pitoresco de Portugal, ano 1864, anota que existiam ferramentas da fábrica de Braga, Manuel Ferreira Gomes, datadas de 1630. Já nos nossos tempos, foi a freguesia distinguida com instalações desportivas – o Estádio inaugurado em 28 de Maio de 1950 e a primeira piscina, ambos no Parque da Ponte. Cabe a São José de São Lázaro a honra de albergar dentro do seu circuito o principal motivo de atracção festiva da cidade, as Festas de São João que, teimosamente querem apelidar de Festas da Cidade, e que trazem a Braga, no solstício de verão, milhares de forasteiros de Portugal de norte a sul, ao campo da Ponte, num arraial puramente minhoto. Nesses dias calmosos de verão a capelinha-ermida de Nossa Senhora do Ó e de São João, enche-se, noite e dia, de romeiros que ali vão cumprir as suas promessas ou rogar o auxílio ao Santo Percursor para os males de cabeça. Desses dias não podemos de deixar aqui de anotar, os quadros bíblicos no rio com destaque especial para a figura gigantesca de São Cristóvão transportando nos seus possantes ombros o Pequeno Deus Menino. Nesta freguesia encontra-se a antiga Quinta da Mitra, uma das residências de veraneio dos Arcebispos de Braga, que depois do decreto de Abril de 1911 ( lei da separação ), passou para a posse do Estado e finalmente, passou para a Câmara, passando a denominar-se Parque de São João da Ponte, belo recinto de lazer onde foi instalado o campo desportivo, hoje chamado Primeiro de Maio. Também neste recinto se fixou a primeira piscina pública moderna. A FONTE DOS GALOS A meio da rua dos Barbosas, um pouco à frente do passadiço que transpõe o rio para dar acesso a una casa, edifício que cremos deu origem ao topónimo da rua, no qual está montado sobre um desvio do rio, um moinho, o moinho dos Barbosas, encontra-se uma fonte. Trata-se de uma fonte de água, não medicinal como um manancial que, por perto ali existia, mas que outrora era considerada como a melhor água de Braga. Ainda nos finais do século XIX e até um pouco mais tarde, era recolhida pela população, dada a sua fama de boa e até de muito boa. Dizem que era um correr de pessoas, fazendo bicha para encher os seus cântaros, tal como hoje o fazem na duvidosa Fonte de Fraião, não com essas vasilhas cerâmicas, quase em desuso, mas substituídos por garrafões plásticos. Depois da intensa ocupação humana da parte do arruamento de entrada para a Estrada da Falperra e depois da urbanização feita por essas bandas, a sul e a nascente do lugar, iniciada nos fins do século XIX e ainda hoje continuada, a veia da linfa deve ter sido cortada e, quando menos, poluída, pelo deixou de ser procurada para abastecimento popular. Também contribuiu para o seu prático abandono, quando por volta dos anos de 1913, a água do Cávado principiou a abastecer a cidade, pelos depósitos então criados em Guadalupe. O nome da fonte deriva de que, no muro de sustentação da rua, e sensivelmente a meio se encontrar relevada na pedra de uma grande cartela dois grandes galos afrontados e, por baixo, uma bica de onde corria o precioso líquido. Reportando-nos a Albano Belino, no seu trabalho “Inscrições Letreiros”, publicado em 1895, se refere a esta fonte dizendo: “Fonte dos Galos” Acha-se esta fonte o sítio do mesmo nome, à margem esquerda do rio D’ Este, outrora rio Aliste em documentos antigos. Está próxima das águas sulfúrea, que actualmente se acham em exploração, para utilidade dos enfermos a quem são aplicáveis. Foi feita a expensas do público, em 1639. No alto vê-se a legenda seguinte: EXPENSIS PUBLICIS ANNO 1639 Frontalmente à fonte encontra-se um passadiço, o segundo a partir das Gavieiras, que dá acesso à antiga verdadeira zona industrial, isto é, à zona dos moinhos. É nesta zona que ainda se pode ver como era feita a moagem dos cereais em tempos idos, pois alguns continuam a trabalhar pelo sistema hidráulico. Um deles, pelo menos, ainda há poucos anos funcionava pelo sistema de pás ou penas, accionadas pela corrente da água. Ultrapassada a parte dos moinhos, local que merece uma visita e já agora uma limpeza e bom aproveitamento turístico, onde há ainda construções onde a modernidade não chegou, vamos passar por uma estreita rua na qual existe um oratório dedicado ao “Senhor dos Aflitos”, que veio a dar o nome ao largo onde se encontra e dá saída para a Avenida da Liberdade e ultimamente para a parte cimeira da Urbanização do Carandá e Centro de Saúde. Segundo o citado Albano Belino diz que no largo das Latinhas, há o oratório do: “Senhor dos Desamparados”: No lugar das Latinhas, próximo à nascente das águas sulfurosas denominadas dos Galos, existe um oratório envidraçado, em que se venera uma pintura de Cristo em madeira sob a invocação do Senhor dos Desamparados”. Será o mesmo e que o povo passou a chamar “Senhor dos Aflitos”, depois da deliberação camarária de 3 de Março de 1957, ter baptizado com este novo topónimo o largo das Latinhas ? Voltando ao rio, devemos dizer que há uma certa altura do ano em que ele, popularmente, vê o seu nome substituído. Referimo-nos ao período das Festas de São João em que pelo figurado lá colocado passa a ser o “RIO JORDÃO”, pois representa o quadro bíblico do baptismo do Senhor, quadros que nenhum forasteiro deixa de admirar, pois senão o fizer, não fez a festa completa. No meio do pequeno rio, as figuras de Cristo e São João e este lançando-lhe sobre a cabeça a água baptismal. Nas margens vários figurantes compõem a cena, encanto de miúdos e adultos nos festejos Sanjoaninos, não faltando os apóstolos e até um deitado na relva, segurando na cana de pesca um espelhante peixinho. Este quadro confronta com o lado da rua dos Barbosas, e é a ponte o melhor lugar para o apreciar. Do outro lado, da Avenida Pires Gonçalves (acesso ao Parque de Exposições), estão os encontros ainda visíveis da antiga ponte que diziam romana destruída, juntamente com a do Fontismo quando, finalmente, por volta dos anos 60 do passado século, chegou ao recinto do Parque da Ponte, a avenida da Liberdade e construída a de hoje. A ponte que, como dizemos dita romana, era a reconstrução da primitiva sob a direcção de Carlos Amarante, depois de ter sido destruída em 30 de Junho de 1779 por uma grande enchente do rio Este, na qual morreram afogadas 32 pessoas. Essa tragédia está assinalada numas alminhas, colocada junto à primitiva ponte e por isso chamada “Alminhas da Ponte”, foi colocada junto ao quiosque, à entrada da avenida de acesso ao Parque interior. É do lado da Avenida Pires Gonçalves que, no São João, numa espécie de açude, se coloca o gigante São Cristóvão, simulando a passagem, aos seus ombros, para a margem oposta o Deus Menino, complemento dos quadros bíblicos figurativos das festas Sanjoaninas. O Parque da Ponte está dividido em duas distintas partes; uma vedada, que inclui uma pista de descontracção, um lago com barcos gaivotas, uma viodioteca, jardim infantil, amplas áreas frondosas de repouso e entre outras um bar restaurante sobre parte do lago; a outra parte, onde se situa a ermida de São João e Nossa Senhora do Ó, é um verdadeiro museu pétreo a céu aberto onde foram recolhidos restos de várias demolições que, principalmente, nos princípios do século XX se efectuaram em Braga, como os da fachada e partes interiores do Convento dos Remédios – as estátuas de Santa Isabel, Rainha de Portugal; Santa Isabel, Rainha da Hungria; São Francisco de Assis e Santa Maria Madalena ou Santa Marta (há umas certas dúvidas) e ainda mesas de altares, colunas e capiteis, tampas funerárias e até lá existia um relógio de Sol, que levou sumiço. Mas não só esses testemunhos vieram dos Remédios, lá está a coluna do Senhor da Saúde que Dom Diogo mandou colocar junto à Sé, o conhecido Diabo Manquinho, que procedeu da cerca do Paço dos Arcebispos e que não é mais do que o símbolo de bobo da corte do Arcebispo Dom José de Bragança. É esta freguesia muito rica em monumentalmente. Dentro do seu aro são numerosos os seus marcos que atestam a sua antiguidade, apesar de, como sede de administrativa e paróquia, contar apenas de duzentos e sessenta e sete anos. No seu vasto território contam-se, entre outros, o monumento pré-romano da “Fonte do Ídolo”, “O Cruzeiro da Senhora a Branca”, “A Igreja dos Congregados”, com o edifício anexo que era o Convento, e é hoje a Escola de Enfermagem, “A Igreja da Penha”, com o modificado convento da “Penha”, hoje Lar Dom Pedro V, “O Cenóbio de uma ordem religiosa”, à entrada da antiga Cangosta da Palha, as obras primas de André Soares, “O Palácio do Raio” e a “Casa do Rolão”, a velha capela de “Santo Adrião da Corrica”, com reminiscências românicas. Na avenida Central, que já foi, por volta dos fins do século XIX e durante quase todo o seguinte, o lugar onde, na primavera e verão, há quinta-feira, à noite, se reunia a população bracarense sénior, e de derriço para os novos, mantendo a tradição que vinha de quando a Banda Regimental ali se apresentava, pode admirar--se o coreto, considerado, pela boa sonoridade como um dos melhores, como podemos apreciar no Parque exterior da Ponte, o belo representante da “belle époque”, que é o coreto, bordado com bons exemplares de azulejos dessa época, muito embora hoje estejam tal mal tratados. Mas não só São Lázaro vive do passado, hoje é uma freguesia pujante, onde o comércio, os serviços e a indústria tem destacável lugar, os estabelecimentos de ensino desde a primária até ao secundário estão bem representados – Escola de São Lázaro, Dona Maria II, André Soares e Alberto Sampaio. Pelo censo de relativo ao ano económico de 1864/65, a freguesia de São José de São Lázaro, tinha 912 fogos (casas). Hoje, deve ser, possivelmente, em população e número de eleitores, a segunda ou terceira da cidade. Esperamos com esta singela crónica, ter contribuído, um pouco para o conhecimento de um bocado da história da Freguesia de São José de São Lázaro. Braga, 8 de Novembro de 2010 LUÍS COSTA Email : luisdiascosta@sapo.pt
publicado por Varziano às 16:49
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