Domingo, 13 de Fevereiro de 2011

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azujejo do fontenário de Largo Aragão Mascarenhas, Álcacer Sal
publicado por Varziano às 16:44
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Sexta-feira, 4 de Fevereiro de 2011

BRAGA - Rot. 6ª parte

6ª Parte Daqui saímos pela rua da Fábrica e penetramos na Rodovia, onde se encontra a ZONA DESPORTIVA com os seus campos para a prática de desporto amador - futebol, voleibol, ténis, diversão e onde também se encontram piscinas cobertas e aquecidas e ao ar livre. Um pouco mais à frente deparamos com a moderna ESCOLA CARLOS AMARANTE Escola Secundária de Braga com o seu pavilhão gimnodesportivo e pouco depois outra escola secundária, a DONA MARIA SEGUNDA inicialmente dedicada só ao ensino de meninas mas que agora passou a mista. Possui também um pavilhão e terrenos para a prática de desporto. Retornando vamos até ao cruzamento da Avenida 31 de Janeiro (Gavieiras) onde logo no início encontramos a sede da Delegação Distrital de Braga da Cruz Vermelha Portuguesa. Prosseguindo avenida abaixo, viramos no primeiro cruzamento à direita para encontrarmos outra escola secundária, a ESCOLA ANDRÉ SOARES nome escolhido do grande arquitecto amador bracarense que entre outras obras nos deixou o Palácio do Raio, o Paço de D. José de Bragança, a Igreja dos Congregados, a Capela de Santa Maria Madalena, na Falperra, o nicho de Nossa Senhora da Torre, a Casa do Rolão, o Arco da Porta Nova, (todas estas atribuídas ao risco de tão profícuo arquitecto) e ainda a documentada Casa da Câmara de Braga. Voltando à Avenida 31 de Janeiro e ao mesmo cruzamento, mas agora virando para a esquerda, encontramos os modernos edifícios da A.R.S. e ainda o novo tribunal, um anseio de muitos anos que movimentou vários bracarenses e que só agora se concretizou. Ultrapassada a ponte sobre o rio Este subimos a Avenida Porfírio da Silva, até ao Bairro Duarte Pacheco, um bairro de habitações económicas, construído e inaugurado nos últimos anos da década de 30 deste século e agora completado por um novo loteamento da Cooperativa Bracara Augusta. Aqui chegados vamos encontrar num cômoro, já na Via da Falperra, uma pequena ermida para atingir a qual se sobe por um pequeno declive que parte de um singelo cruzeiro. Trata-se da CAPELA DE SANTO ADRIAO DA CORRICA uma pequena ermida reconstruída em 1576, como reza a legenda que encima a sua renovada porta principal que diz: ANTÓNIO SOBRINHO TEIXEIRA (que foi vereador camarário) A MANDOU CONSTRUIR (reconstruir) ANO DE 1576. Segundo o Prof. Doutor Padre Avelino de Jesus Costa, no seu valioso trabalho, D. Pedro, 1º. Vol., p. 312, já existia naquele local um templo e que, quanto a nós, deveria ser românico, não só pela data referida mas também porque no seu interior tem vestígios de arcos e construção desse período. Como todas as pequenas capelas da época, tem alpendre sustentado por colunas assentes num soco que sobressai do piso. Estes alpendres serviam para dar uma maior capacidade ao templo. Descendo o declive podemos subir ao miradouro do PICOTO por uma via empedrada, de fácil acesso para um automóvel, e do cimo do qual se abarca quase a Braga inteira, desde o Bom Jesus a Montariol, Sameiro e Falperra, vale do Este e a Avenida da Liberdade a seus pés, a colina da Cividade, as torres de todos os templos que se sobressaem no panorama deslumbrante que aquela elevação nos proporciona e nos mostra. Uma cidade nova que de onde em onde ainda se notam as marcas dos velhos e venerandos edifícios de outras épocas. Também o Estádio, mesmo o seu lado, e de que falaremos adiante, se apresenta numa perspectiva global. Voltando ao sopé do Monte Picoto vamos encontrar um portão de acesso à QUINTA DE SANTO ADRIAO com portão armoriado por um brasão dos meados do século XVI, segundo Vaz-Osório da Nóbrega, em Pedras de Armas e Armas Tumulares», e que são as armas dos Pimentéis. Ao seu lado, no muro da entrada do portão, encontra-se uma fonte chamada de Santo Adrião, encimada pela Cruz Arcebispal, tendo ao lado dois coruchéus. Uma carranca e um tanque completam esta fonte que, conforme descreve o livro de Tombos dos Bens do Senado da Câmara, 1737-1738, é pertença da municipalidade. Deixando para trás este conjunto e prosseguindo na caminhada vamos encontrar uma rua que dá acesso á ESCOLA ALBERTO SAMPAIO nome atribuído a este estabelecimento de ensino, em homenagem ao sábio, arqueólogo, investigador e escritor vimaranense que teve os seus principais trabalhos reunidos num volume, postumamente «Estudos Históricos Económicos», reunidos por seu sobrinho e que versa assuntos como as «Povoas Marítimas», «Vilas do Norte de Portugal», etc. Se guindo encontramos o oratório do SENHOR DO BOM FIM que apresenta uma imagem de Cristo Crucificado, em madeira, encerrado numa alpendrada envidraçada, e que ali foi colocado em 3 de Julho de 1888, portanto já depois de ter sido aberta a nova estrada para Guimarães, pela Morreira. Dirigimo-nos agora para o PARQUE DE SÃO JOÃO DA PONTE recinto de recreio e lazer, onde frondosas árvores proporcionam, pela sua sombra uma agradável fresca nas tardes calmosas de verão. Ao centro um coreto, meio abandonado e estragado por vândalos que não respeitam o que é de todos nós. Nos frisos ainda se podem ver, mutilados por pedradas do rapazio, uns belos azulejos beile êpoque. Quando se desfez o Convento dos Remédios, muitas das pedras que lhe pertenciam ali foram parar, servindo hoje algumas para bancos e mesas e as colunas foram aproveitadas com os pináculos para embelezarem o recinto. Também lá foi colocada a coluna que serviu para suporte do Senhor da Saúde, que D. Diogo de Sousa mandou colocar perto da Sé e que em tempos esteve no Campo das Carvalheiras encerrado numa vitrine envidraçada e coberta por um alpendre. A imagem do Senhor da Saúde, em pedra colorida está colocada num altar na Capela de São João da Ponte, capela de que também nos ocuparemos. A verga da porta principal do Convento dos Remédios estava arrumada num dos extremos e nela se podia ver a data de 1526. A esquerda da capela está uma escultura, popularmente conhecida pelo DIABO MANQUINHO e que pertencia ao Paço de D. José de Bragança e parece querer representar um bobo que servia para divertimento do arcebispo e da sua corte e família. Vários capitéis, coríntios uns e outros barrocos, alguns que estariam adossados a paredes servem de ornamento não só à elevação onde se encontra o bobo, como estão também espalhados por aquele grande espaço. Num largo, ao lado da capela, circundado por um pequeno murete que o veda com pequenas pedras e alguns bancos de pedra aproveitados das demolições, encontram-se toscas esculturas de imagens que pertenciam à fachada da demolida igreja dos Remédios. Representam elas São Francisco, A Rainha Santa Isabel de Portugal, sua tia a Rainha Santa Isabel da Hungria e ainda uma outra escultura que uns afirmam ser a representação de Santa Marta e outros Santa Maria Madalena. No centro deste pequeno largo está um simples cruzeiro, feito a expensas da Câmara, em memória do hospital para empestados que D. Frei Bartolomeu dos Mártires, na Deveza da Ponte mandou edificar, conforme se lê na inscrição: ~SENDO ARCEPO DE BRAGA DO. E. BERTOI,A MEV DOS MÁRTIRES OVVE PESTE NESTACI DADE O ANO DE 1570 E OS EMPESTADOS FORAM TR AZIDOS A ESTA DEVEZA~~ Sensivelmente ao lado deste pequeno conjunto encontra-se uma cascata com um lago, e uns bancos que serviriam para descanso se é que aquele espaço estivesse devidamente arranjado. Passamos agora à CAPELA DE SÃO JOÃO DA PONTE O nome adoptado de Ponte deve-se ao facto de ter estado em tempos em frente das pontes que iam para Guimarães - a ponte velha, estreita de um só arco com uma lomba ao jeito das pontes romanas e a então nova estrada para a cidade berço. De acanhada construção e de arquitectura singela, foi mandada reconstruir por D. Diogo de Sousa, aproveitando uma pequena ermida que ali se encontrava e que por certo estava em rumas. Na verga da porta principal está a data de 1616, que se refere a uma reconstrução que de novo sofreu a ermida e quando se construiu o alpendre sustentado por seis colunas toscanas, que como, em outros casos, veio aumentar o lugar abrigado para a quantidade de devotos que ali se juntam, não só nos dias santificados mas muito principalmente nos dias da festa de São João no mês de Junho. E de notar que tanto o interior da capela como os socos do alpendre estão revestidos de azulejos que, segundo parece, pertenceram ao extinto convento dos Remédios. Também na sacristia vários painéis de azulejos de tapete, possivelmente do século XVII, revestem as suas paredes. Como já dissemos num dos altares laterais, está colocada a imagem que pertenceu ao cruzeiro do Senhor da Saúde. Várias outras imagens adornam o interior deste pequeno templo, não podendo faltar a do Santo Patrono. Sob o altar-mor está deitada, em posição de morte, a imagem de Santa Felicidade, que tem muita devoção dos romeiros que nos dias da festa de São João acorrem àquele local. O adro fronteiro é adornado por um paredão recortado encimado por uma grade de madeira sustentada por algumas colunas torsas que vieram também da fachada da igreja dos Remédios. Na parede traseira da capela e num nicho entre colunas torsas, está a imagem de São João, encimada pelas armas de São Francisco, tudo vindo do demolido referido convento. Daqui dirigimo-nos pelo meio do largo até chegarmos a uma pseudo piscina romana, feita aquando dos melhoramentos, nos primeiros anos da República, se fundou em Braga a Empresa de Melhoramentos do Parque da Ponte. Por um portão gradeado, que pertenceu ao antigo Jardim Público
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6ª Parte Daqui saímos pela rua da Fábrica e penetramos na Rodovia, onde se encontra a ZONA DESPORTIVA com os seus campos para a prática de desporto amador - futebol, voleibol, ténis, diversão e onde também se encontram piscinas cobertas e aquecidas e ao ar livre. Um pouco mais à frente deparamos com a moderna ESCOLA CARLOS AMARANTE Escola Secundária de Braga com o seu pavilhão gimnodesportivo e pouco depois outra escola secundária, a DONA MARIA SEGUNDA inicialmente dedicada só ao ensino de meninas mas que agora passou a mista. Possui também um pavilhão e terrenos para a prática de desporto. Retornando vamos até ao cruzamento da Avenida 31 de Janeiro (Gavieiras) onde logo no início encontramos a sede da Delegação Distrital de Braga da Cruz Vermelha Portuguesa. Prosseguindo avenida abaixo, viramos no primeiro cruzamento à direita para encontrarmos outra escola secundária, a ESCOLA ANDRÉ SOARES nome escolhido do grande arquitecto amador bracarense que entre outras obras nos deixou o Palácio do Raio, o Paço de D. José de Bragança, a Igreja dos Congregados, a Capela de Santa Maria Madalena, na Falperra, o nicho de Nossa Senhora da Torre, a Casa do Rolão, o Arco da Porta Nova, (todas estas atribuídas ao risco de tão profícuo arquitecto) e ainda a documentada Casa da Câmara de Braga. Voltando à Avenida 31 de Janeiro e ao mesmo cruzamento, mas agora virando para a esquerda, encontramos os modernos edifícios da A.R.S. e ainda o novo tribunal, um anseio de muitos anos que movimentou vários bracarenses e que só agora se concretizou. Ultrapassada a ponte sobre o rio Este subimos a Avenida Porfírio da Silva, até ao Bairro Duarte Pacheco, um bairro de habitações económicas, construído e inaugurado nos últimos anos da década de 30 deste século e agora completado por um novo loteamento da Cooperativa Bracara Augusta. Aqui chegados vamos encontrar num cômoro, já na Via da Falperra, uma pequena ermida para atingir a qual se sobe por um pequeno declive que parte de um singelo cruzeiro. Trata-se da CAPELA DE SANTO ADRIAO DA CORRICA uma pequena ermida reconstruída em 1576, como reza a legenda que encima a sua renovada porta principal que diz: ANTÓNIO SOBRINHO TEIXEIRA (que foi vereador camarário) A MANDOU CONSTRUIR (reconstruir) ANO DE 1576. Segundo o Prof. Doutor Padre Avelino de Jesus Costa, no seu valioso trabalho, D. Pedro, 1º. Vol., p. 312, já existia naquele local um templo e que, quanto a nós, deveria ser românico, não só pela data referida mas também porque no seu interior tem vestígios de arcos e construção desse período. Como todas as pequenas capelas da época, tem alpendre sustentado por colunas assentes num soco que sobressai do piso. Estes alpendres serviam para dar uma maior capacidade ao templo. Descendo o declive podemos subir ao miradouro do PICOTO por uma via empedrada, de fácil acesso para um automóvel, e do cimo do qual se abarca quase a Braga inteira, desde o Bom Jesus a Montariol, Sameiro e Falperra, vale do Este e a Avenida da Liberdade a seus pés, a colina da Cividade, as torres de todos os templos que se sobressaem no panorama deslumbrante que aquela elevação nos proporciona e nos mostra. Uma cidade nova que de onde em onde ainda se notam as marcas dos velhos e venerandos edifícios de outras épocas. Também o Estádio, mesmo o seu lado, e de que falaremos adiante, se apresenta numa perspectiva global. Voltando ao sopé do Monte Picoto vamos encontrar um portão de acesso à QUINTA DE SANTO ADRIAO com portão armoriado por um brasão dos meados do século XVI, segundo Vaz-Osório da Nóbrega, em Pedras de Armas e Armas Tumulares», e que são as armas dos Pimentéis. Ao seu lado, no muro da entrada do portão, encontra-se uma fonte chamada de Santo Adrião, encimada pela Cruz Arcebispal, tendo ao lado dois coruchéus. Uma carranca e um tanque completam esta fonte que, conforme descreve o livro de Tombos dos Bens do Senado da Câmara, 1737-1738, é pertença da municipalidade. Deixando para trás este conjunto e prosseguindo na caminhada vamos encontrar uma rua que dá acesso á ESCOLA ALBERTO SAMPAIO nome atribuído a este estabelecimento de ensino, em homenagem ao sábio, arqueólogo, investigador e escritor vimaranense que teve os seus principais trabalhos reunidos num volume, postumamente «Estudos Históricos Económicos», reunidos por seu sobrinho e que versa assuntos como as «Povoas Marítimas», «Vilas do Norte de Portugal», etc. Se guindo encontramos o oratório do SENHOR DO BOM FIM que apresenta uma imagem de Cristo Crucificado, em madeira, encerrado numa alpendrada envidraçada, e que ali foi colocado em 3 de Julho de 1888, portanto já depois de ter sido aberta a nova estrada para Guimarães, pela Morreira. Dirigimo-nos agora para o PARQUE DE SÃO JOÃO DA PONTE recinto de recreio e lazer, onde frondosas árvores proporcionam, pela sua sombra uma agradável fresca nas tardes calmosas de verão. Ao centro um coreto, meio abandonado e estragado por vândalos que não respeitam o que é de todos nós. Nos frisos ainda se podem ver, mutilados por pedradas do rapazio, uns belos azulejos beile êpoque. Quando se desfez o Convento dos Remédios, muitas das pedras que lhe pertenciam ali foram parar, servindo hoje algumas para bancos e mesas e as colunas foram aproveitadas com os pináculos para embelezarem o recinto. Também lá foi colocada a coluna que serviu para suporte do Senhor da Saúde, que D. Diogo de Sousa mandou colocar perto da Sé e que em tempos esteve no Campo das Carvalheiras encerrado numa vitrine envidraçada e coberta por um alpendre. A imagem do Senhor da Saúde, em pedra colorida está colocada num altar na Capela de São João da Ponte, capela de que também nos ocuparemos. A verga da porta principal do Convento dos Remédios estava arrumada num dos extremos e nela se podia ver a data de 1526. A esquerda da capela está uma escultura, popularmente conhecida pelo DIABO MANQUINHO e que pertencia ao Paço de D. José de Bragança e parece querer representar um bobo que servia para divertimento do arcebispo e da sua corte e família. Vários capitéis, coríntios uns e outros barrocos, alguns que estariam adossados a paredes servem de ornamento não só à elevação onde se encontra o bobo, como estão também espalhados por aquele grande espaço. Num largo, ao lado da capela, circundado por um pequeno murete que o veda com pequenas pedras e alguns bancos de pedra aproveitados das demolições, encontram-se toscas esculturas de imagens que pertenciam à fachada da demolida igreja dos Remédios. Representam elas São Francisco, A Rainha Santa Isabel de Portugal, sua tia a Rainha Santa Isabel da Hungria e ainda uma outra escultura que uns afirmam ser a representação de Santa Marta e outros Santa Maria Madalena. No centro deste pequeno largo está um simples cruzeiro, feito a expensas da Câmara, em memória do hospital para empestados que D. Frei Bartolomeu dos Mártires, na Deveza da Ponte mandou edificar, conforme se lê na inscrição: ~SENDO ARCEPO DE BRAGA DO. E. BERTOI,A MEV DOS MÁRTIRES OVVE PESTE NESTACI DADE O ANO DE 1570 E OS EMPESTADOS FORAM TR AZIDOS A ESTA DEVEZA~~ Sensivelmente ao lado deste pequeno conjunto encontra-se uma cascata com um lago, e uns bancos que serviriam para descanso se é que aquele espaço estivesse devidamente arranjado. Passamos agora à CAPELA DE SÃO JOÃO DA PONTE O nome adoptado de Ponte deve-se ao facto de ter estado em tempos em frente das pontes que iam para Guimarães - a ponte velha, estreita de um só arco com uma lomba ao jeito das pontes romanas e a então nova estrada para a cidade berço. De acanhada construção e de arquitectura singela, foi mandada reconstruir por D. Diogo de Sousa, aproveitando uma pequena ermida que ali se encontrava e que por certo estava em rumas. Na verga da porta principal está a data de 1616, que se refere a uma reconstrução que de novo sofreu a ermida e quando se construiu o alpendre sustentado por seis colunas toscanas, que como, em outros casos, veio aumentar o lugar abrigado para a quantidade de devotos que ali se juntam, não só nos dias santificados mas muito principalmente nos dias da festa de São João no mês de Junho. E de notar que tanto o interior da capela como os socos do alpendre estão revestidos de azulejos que, segundo parece, pertenceram ao extinto convento dos Remédios. Também na sacristia vários painéis de azulejos de tapete, possivelmente do século XVII, revestem as suas paredes. Como já dissemos num dos altares laterais, está colocada a imagem que pertenceu ao cruzeiro do Senhor da Saúde. Várias outras imagens adornam o interior deste pequeno templo, não podendo faltar a do Santo Patrono. Sob o altar-mor está deitada, em posição de morte, a imagem de Santa Felicidade, que tem muita devoção dos romeiros que nos dias da festa de São João acorrem àquele local. O adro fronteiro é adornado por um paredão recortado encimado por uma grade de madeira sustentada por algumas colunas torsas que vieram também da fachada da igreja dos Remédios. Na parede traseira da capela e num nicho entre colunas torsas, está a imagem de São João, encimada pelas armas de São Francisco, tudo vindo do demolido referido convento. Daqui dirigimo-nos pelo meio do largo até chegarmos a uma pseudo piscina romana, feita aquando dos melhoramentos, nos primeiros anos da República, se fundou em Braga a Empresa de Melhoramentos do Parque da Ponte. Por um portão gradeado, que pertenceu ao antigo Jardim Público <Avenida Central), penetramos no verdadeiro Parque da Ponte, hoje pertença do Município Bracarense, local aprazível, com um lago, cascatas, bancos para merendas ou descanso e circuitos de manutenção. Por uma rua de acesso vamos agora para o ESTADIO 10 DE MAIO inaugurado em 28 de Maio de 1950, pelo então Presidente da República, General Carmona e outros membros do Governo. No dia da inauguração apresentaram-se as equipas do Sporting de Braga contra o Futebol Clube do Porto e o Benfica defrontou o Sporting lisboeta. Foi um dia de festa para a cidade que regurgito de gente a ponto de os engarrafamentos fazerem com que muitos que antes se tinham dirigido ao Bom Jesus, só alcançassem a cidade já no final dos desafios. Este Estádio, no género do Estádio Nacional do Jamor, feito em pedra, teve o primitivo nome de Estádio Municipal 28 de Maio, mas após o 25 de Abril de 1974, passou a denominar-se ESTÁDIO 10 DE MAIO. Ao seu lado e Avenida Dr. Pires Gonçalves, foi construído o PALACIO DE EXPOSIÇOES E DESPORTOS inaugurado em 24 de Abril de 1987, pelo Presidente da República Dr. Mário Soares. Este recinto onde se passaram a realizar as exposições Agro-Pecuárias, tem servido para muitas outras exposições e manifestações desportivas, vindo assim a suprir uma falta que se fazia sentir na região de Braga, pois trata-se do maior recinto coberto para a prática de todos os desportos que podem e devem utilizar áreas cobertas. Hoje nos espaços livres da construção ao ar livre faz-se a Feira Semanal de Braga, às terças-feiras, prática que já vem desde o tempo do Arcebispo D. José de Bragança - 1747. Assinalando a data da Revolução de 25/4/74, foi inaugurado pelo Dr. Mário Soares o MONUMENTO AO 25 DE ABRIL situado à entrada do recinto do Parque de São João da Ponte e Avenida Dr. Pires Gonçalves, Saindo pelo Recinto do Palácio de Exposições em direcção à ponte de Lomar, deparamos à entrada da rua Conselheiro Lobato, com o pequeno templo da CAPELA DE SANTA JUSTA mandado construir a expensas de Gracia Martins, viúva de Rodrigo Ennes (O Perú>, no ano de 1618, conforme se lê na verga da porta que diz: ESTA CAP.ELA. MANDOV FAZER GRACIA. MZ MOLHR. OVE. FIC.OV DR.. ENES. O PERV. 1618 A Pertenceu ao Morgado de Torneiros. Nele está erecta, segundo Albano Belino, no já diversas vezes citado livro, uma irmandade das Almas por indulgência do Papa Gregório XVI. No entroncamento desta rua de Monsenhor Airosa com a Rodovia encontramos a casa brasonada do Conselheiro Lobato, que entre outras obras mandou abrir a rua que ostenta hoje o seu nome. Foi Presidente da Câmara e Governador Civil, casa que hoje é pertença da Rodoviária de Entre Douro e Minho. Dando um pequeno salto, vamos até à rua Sá de Miranda para no adro fronteiro à nova iqreja de São Lázaro, admirarmos o elegante cruzeiro de São Lázaro, barroco, em gomos, assente num trabalhado quadrilátero, feito em 1735, e que tem sobreposta a imagem de Cristo morto e na base a inscrição: SENHOR DAS NESSE CIDADES REFORMADO A CVSTA DOS DEVOTOS NO ANNO DE 1884 Retornando à Rodovia vamos encontrar, no gaveto que dá para a rua de São Geraldo, a Casa brasonada do Avelar, que, além do seu bom aspecto de casa senhorial, tem no seu jardim vários restos de edificações romanas recolhidas na Colina da Cividade, ao tempo terrenos pertença desta casa. Prosseguindo, ladeira acima, encontramos o CONVENTO DA CONCEIÇÃO hoje Instituto Monsenhor Airosa, nome do benemérito sacerdote que fundou uma casa de recuperação de jovens no Areal e veio mais tarde a ocupar o antigo convento da Conceição, a primeira casa desta ordem fundada em Portugal Continental pelo cónego Dr. Geraldo Gomes. A primeira pedra foi lançada à terra em 1625, tendo sido quatro anos depois concluída, tendo nessa altura sido construída a primitiva igreja, que anos depois, devido ao seu estado de degradação foi destruída e construída a meio da rua. No extremo norte do convento, a actual igreja que como as habituais de clausura, tem a sua porta de entrada para os crentes, situada lateralmente. Neste convento esteve albergada Ana Plácido, a famosa mulher fatal de Camilo Castelo-Branco. O seu interior, de uma riqueza extraordinária é digno de uma visita, não só para admirar o trabalho de talha do seu altar-mor, azulejaria e um magnífico órgão do século XVIII, ainda em funcionamento. Neste Instituto são hoje ministradas várias actividades relacionadas com a vida futura das mulheres, ao mesmo tempo que lhes é facultada a frequência às aulas das diversas escolas públicas de Braga e algumas actividades de formação com vista à reinserção e integração na comunidade. Terminamos aqui a nossa visita à cidade de Braga e pela rodovia chegámos ao ponto de partida PRAÇA DO CONDESTÁVEL. BRAGA, DIA DE NATAL DE 1994 LUIS COSTA
publicado por Varziano às 19:33
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BRAGA - 6º Parte

5ª Parte Deixando para trás o miradouro e capela, situado no monte que deu o nome à rua de Santa Margarida, dirigimo-nos agora para a PRAÇA MOUSINHO DE ALBUQUERQUE popularmente conhecido por CAMPO NOVO. Sendo um dos mais harmoniosos largos da cidade, com o seu traçado inigualável, onde primitivamente as casas pertencentes ao Cabido da Sé Primacial de Braga, obedeciam todas ao mesmo estilo, foi no século passado alterado com a construção do Palacete Carcavelos e ainda por uma outra construção seguida e que faz gaveto com a rua das Oliveiras. Este largo principiou por ser aberto cerca de 1725, conforme nos informa Silva Thadim, no seu manuscrito «Memórias Bracarenses». Ao centro desta linda praça foi colocada, em 1914, a Estátua de D. Pedro V, transferida da Praça D. Pedro V, que se situava ao fundo do Jardim Público (Avenida Central) no enfiamento da rua de São Gonçalo com a Cangosta da Palha. Ficou assente no mesmo local onde existia um lago que recebia água da Fonte Barroca, que se situa no lado Norte da praça. Esta fonte foi mandada fazer por um dos Arcebispos Bragança, e a sua água vinha de uma nascente que existia num olival (daí o nome de rua das Oliveiras) nas traseiras do actual edifício ocupado pelos serviços da C.R.S.S. (palacete do Conde de Carcavelos). Passemos agora à rua das Oliveiras, nome que sabemos como foi atribuído e percorrendo-a entramos num largo que hoje tem o nome de LARGO DA FACULDADE DE FILOSOFIA que popularmente nunca perdeu o seu antigo topónimo de Largo das Teresinhas por ai se ter instalado desde 1766, a igreja e convento de Santa Teresa, numas casas compradas a Pedro Fernandes. Em 18 de Maio de 1763, iniciou-se a construção da igreja e pequeno convento, utilizando para a sua factura pedra cortada nesse largo. A 14 de Junho de 1767, foi a igreja benzida pelo cónego Francisco de Mendonça, tendo no dia imediato o Arcebispo D. Gaspar de Bragança assistido à primeira missa ali cantada. Como as restantes ordens religiosas sofreu este convento as mesmas vicissitudes provocadas pela lei de 1834, que exterminou as congregações em Portugal e seus domínios. No entanto, ainda em 1900, ali residia a última freira professa. Hoje ocupa este antigo Convento e igreja o ASILO DE SÃO JOSE instituição de auxílio a pessoas necessitadas, fundado na rua da Água por volta dos anos de 1850-1851, conforme se pode ver no livro de Correspondência recebida do Governo Civil, do Arquivo da Câmara Municipal de Braga, que diz: «ofício n.0 7 - Novembro, 5, 1851 - Ordena que achando-se fundado um Asilo de Inválidos nesta cidade já provido de roupas e utensílios necessários e convinda manter no mesmo pé tão caritativa instituição, esta Câmara ouça e consulte as Juntas de Paróquia do Concelho, sobre o modo mais cómodo e menos gravoso de se dar execução ao n.0 6 do Código Administrativo, aplicando as sobras das Irmandades e Confrarias ao sobredito estabelecimento, por sua natureza pio e caritativo, o qual contando ainda apenas alguns meses de existência tem já prosperado e merecido a simpatia de almas bem fazejas do Distrito». Por proposta do deputado pelo Círculo de Braga, Dr. Manuel Joaquim Penha Fortuna foi pedida ao Estado a concessão do Convento de Santa Teresa, que havia passado para a posse do estado devido à lei de 1834, para nele ser instalado o Asilo de Inválidos de São José, (Livro de Actas da Câmara Municipal de Braga, 1881-1882, [ol. 9 v.), o que veio a tornar-se efectivo. Hoje, com instalações remodeladas, e actualizadas, modernas e com todas as comodidades necessárias, aloja cerca de cem utentes, entre os quais alguns acamados. E uma obra que honra a cidade e os seus directores que, ao longo deste século e meio, tem estado à frente dos seus destinos, auxiliados pelas Irmãs de uma Congregação religiosa. O Portal da Igreja, parece ser obra de André Soares, dada a semelhança com outros pórticos atribuídos e documentados deste notável arquitecto amador bracarense. Sobre esta porta de entrada, lateral como era uso nas congregações de clausura, está num nicho a imagem de Santa Teresa. No seu interior, como por exemplo na caixa do órgão, trabalhou outro arquitecto bracarense - Carlos Amarante. Voltando ao largo deparamos com o novo edifício da FACULDADE DE FILOSOFIA recentemente acabado de construir pelos Padres Jesuítas, e que é uma das Faculdades da Universidade Católica Portuguesa. No centro da fachada desta construção encontra-se uma pequena capela, denominada: do Coração de Jesus e que pertence ao interior e adjacente edifício, também dos Padres Jesuítas, e denominado de Casa do Apostolado da Oração (A.O.). A Capela está aberta ao culto público. Para se construir este novo edifício foi necessário derribar a Escola de São Vicente, uma escola doada à então freguesia de São Vítor, pelo Conde de Ferreira. Dando saída para a rua de São Vicente, encontramos uma acidentada e estreita rua cujo topónimo é de RUA DE ESPANHA a entroncar não só na rua de São Vicente, como dando seguimento à rua do Burgo. Antes de entrarmos na rua de Espanha, deparamos, à esquerda, com a rua de São Barnabé onde se acha instalada a Comunidade da Companhia de Jesus, com capela privativa em seu antigo Seminário de 5. Barnabé; que, depois passou a Instituto Superior de Filosofia «Beato Miguel de Carvalho», semente e origem da Faculdade de Filosofia, depois, também origem, como sua primeira Faculdade, da Universidade Católica Portuguesa. Chegados por aqui à rua de Santo André, voltamos ao Campo Novo (Praça Mousinho de Albuquerque) e vamos até ao entroncamento da rua de São Gonçalo, aberta por volta de 1725, no Governo da Diocese Bracarense de D. Rodrigo de Moura Telles. A meio desta íngreme rua (uma das poucas ruas da cidade com declive acentuado) encontra-se o Colégio Paulo VI, com a sua capela, de pertença e administração de uma Congregação Religiosa feminina (Religiosas «Capuchinhas»), e de cujo complexo educacional faz parte um Jardim-Escola. Chegados ao gaveto da rua de São Gonçalo com a Avenida Central acha-se ao lado esquerdo o RECOLHIMENTO DE SANTA MARIA MADALENA (Convertidas) que ocupa o antigo Convento e Capela de Santa Maria Madalena (Convertidas), fundado em 1712 pelo Arcebispo D. Rodrigo de Moura Telles e destinado a albergar 12 mulheres arrependidas para as quais destinou o fundador, para seu sustento, diariamente vinte reis e meio alqueire de pão por semana. Autorizada a construção por breve do Papa Clemente XI, datado de 14 de Agosto do ano acima referido, este recolhimento foi ocupar o local da Capela de São Bartolomeu, fundada naquele local pelo Arcebispo D. Jorge da Costa, razão pela qual ostentava na sua fachada as armas de fé deste Arcebispo, mas que juntamente com as de Tomé da Costa estão hoje colocadas no edifício que pertenceu ao Conselheiro Jerónimo Pimentel, nas Carvalheiras (Cooperativa do Leite). Para aumentar as antigas instalações da capela, comprou D. Rodrigo, duas moradas de casas juntas, despendendo ao todo nesta obra a quantia de 2.800$00 mil reis. Na actual fachada, sobreposta à porta principal da entrada do Recolhimento mandou o Arcebispo Moura Telles, colocar num frontão barroco, o emblema do Recolhimento de Santa Maria Madalena - a Penitente. Sobre a porta de entrada da Capela, que passou a denominar-se de São Gonçalo, colocou D. Rodrigo o seu brasão de Fé - Sete Castelos - brasão que se vê em outras construções mandadas executar por este pequeno grande Arcebispo. No interior deste pequeno templo pode admirar-se o excelente retábulo do altar-mor, barroco inicial, de notável feitura. São de destacar ainda uns painéis de azulejos do tipo de figura avulsa, de influência holandesa, únicos deste género existentes em templos de Braga. Estamos agora na Avenida Central e, por este lado, vamos encontrar alguns bons edifícios barrocos dos finais do século XVII e princípios do XVIII. Ao centro do jardim da Avenida foi colocado uni monumento de arte moderna: três pirâmides, evocando a vinda a Braga, do Papa João Paulo II. Fronteiro a este monumento, e formando gaveto com a antiga cangosta da Palha, está o edifício, agora restaurado do Barão da Gramosa. Num dos canteiros deste lado da Avenida, um monumento lembra os Irmãos Roby, mortos em África ao serviço de Portugal. Prosseguindo vamos encontrar uma obra atribuída a André Soares: a denominada CASA DO ROLÃO uma magnífica fachada, hoje em péssimo estado de conservação a merecer há muito, pelo menos, uma mão de cal e pintura. Seguindo nesta rota deparamos com o LAR D. PEDRO V que substitui o Asilo D. Pedro Y, instalado no antigo Convento da Penha de França, em homenagem ao malogrado e jovem rei que visitou a cidade nos meados do século passado. Completamente remodelado, passou depois a albergar as educandas do Asilo de Meninas Órfãs, uma criação do Arcebispo D. Frei Caetano Brandão, e que se achava instalado na rua de São Domingos. No jardim interior deste lar, ainda persiste o antigo claustro e a fonte central. Daqui passamos a IGREJA DA PENHA DE FRANÇA templo do extinto Convento, que D. Rodrigo de Moura Telles, fundou em 1720, depois de ter transformado em Convento de Clausura o recolhimento que o benemérito Pedro de Aguiar e sua mulher haviam instituído em 31 de Maio de 1562, para ali recolher sete piedosas senhoras, as quais foram chamadas de Beatas da Penha de França. Ampliou o edifício destinado às «Beatas» e mandou construir a capela que tem sobre a sua porta lateral e única para a Alameda (habitual como já dissemos nos Conventos sujeitos a esta determinação) além das suas armas de Fé, um nicho que alberga a imagem de Nossa Senhora da Penha de França. No seu interior, rico em todo o seu aspecto, destacam-se o retábulo da Capela-Mor, os dois laterais, barrocos dourados, o púlpito (peça de extraordinário valor) atribuído ao entalhador bracarense Marceliano de Araújo e ainda os magníficos azulejos do século XVIII, assinados por Policarpo de Oliveira Bernardes. Deixando a igreja da Penha vamos em direcção ao LARGO DA SENHORA-A-BRANCA e aqui encontramos um lindo jardim, apanágio de Braga, onde estes espaços estão a tornar-se verdadeiros ex-libris, já conhecido como o roseiral, encontra-se o elegante cruzeiro da SENHORA-A-BRANCA que foi transferido, em 1914, do extremo Nascente de Alameda do Campo de Santana, onde se situava, pouco mais ou menos, em frente do términos da rua do Sardoal e como tal nas publicações do princípio do século é denominado por CRUZEIRO DO CAMPO DE SANTA ANA. No seu aspecto apresenta-nos uma coluna assenti num quadrilátero, com almofadas, seguido de uma coluna repartida em três partes a inferior decorada com pontas de diamante ou óvulos, e as duas restantes estriadas terminando num capitel compósito, ao qual se sobrepõe um acrotério, encimado por uma esfera, esquartejada rematada pela Cruz Arcebispal. Este cruzeiro tem sido erradamente atribuído D. Diogo de Sousa (séc. XVI), quando ele nos apresenta todas as características do século seguinte e e, como já dissemos, muito semelhante ao do Largo das Carvalheiras que foi mandado fazer pelo Arcebispo D. Furtado de Mendonça. O supedâneo de 7 degraus sobre que assenta, fazem com que sobressáia no belo conjunto deste recatado jardim. Está classificado como Monumento Nacional, pelo decreto de 16/06/1910. Ultrapassando o cruzamento da avenida 31 de Janeiro, continua o jardim para o lado seguinte. Aqui deparamos com o BUSTO DO DR. ALBERTO CRUZ Cirurgião bracarense que prestou serviço no Hospital de São Marcos. Político e conversador excepcional foi durante várias legislaturas deputado pelo Círculo de Braga, na antiga Assembleia Nacional. Nos gavetos do jardim da Senhora-a-Branca, com a avenida 31 de Janeiro, situam-se de um lado uma construção devida ao risco do Arquitecto Moura Coutinho e no outro, ocupado pelos Serviços Médico-Sociais, encontra-se o Palacete Matos Graça, hoje propriedade da A.R.S. Prédio construído por volta do último quartel do século passado, possui no seu interior, dependências decoradas com pinturas murais sendo também de realçar os magníficos tectos em gesso, portas com vidros decorados e ainda uma imponente escada de acesso ao andar superior, com um lanternim em arcaria. No lado Norte, a estátua do Papa Pio XII. Foi colocada neste jardim como uma homenagem da cidade de Braga ao Papa do dogma da Assumpção. Uma pequena mas graciosa fonte, está fronteira à igreja de NOSSA SENHORA-A-BRANCA pequeno templo dedicado a Nossa Senhora das Neves, de onde lhe veio o nome de Senhora-a-Branca. Inicialmente era uma pequena ermida, denominada de Nossa Senhora da Carreira, reconstruída depois por D. Diogo de Sousa, e desta reconstrução resta a parte inferior do templo, notando-se ainda do lado da rua de São Vitor, parte da platibanda dessa obra de D. Diogo, e na porta principal, ostenta ainda o seu brasão de Fé. No século XVIII, ao tempo do Arcebispo D. Gaspar de Bragança, foi de novo reedificada sendo-lhe acrescentada a parte superior e a torre sineira que respeitou a então maneira de construção - Torre Traseira, idêntica no seu estilo à torre da que lhe fica próxima: igreja de São Vítor. Sobre a porta principal encontra-se um nicho que encerra a imagem da Virgem. Na primitiva ermida achava-se instituída a Irmandade de Nossa Senhora das Neves. Pedro de Aguilar e sua mulher Maria Vieira, de quem já falámos aquando do Recolhimento da Penha de França, instituíram nesta igreja coro de 5 capelas com missa quotidiana por sua alma. O seu interior é digno de uma visita. O retábulo do altar-mor, com o sacrário atribuído a André Soares e altares colaterais, são de apreciável valor. Na torre encontra-se, na sineira voltada ao Sul, um pequeno sino, que em tempos era pertença da confraria de Nossa Senhora da Expectação, ou do Ó, que sempre tocava para anunciar que uma mãe estava para dar à luz. Abandonando este pequeno templo, dirigimo-nos à rua de São Vitor, uma rua aberta ao meio das antigas ruas da Régua e da Seara, das quais ainda se encontram vestígios nos locais em que esta nova rua deixou as antigas construções que se notam em terreno não no mesmo nível da actual de São Vítor, como por exemplo, o edifício onde esteve instalada a Junta de Freguesia, de um dos lados, enquanto que do outro, também se nota o primitivo piso da rua da Régua. Cem metros percorridos, vamos encontrar, num pequeno outeiro, a IGREJA DE SÃO VITOR que é a reconstrução de um velho templo, que teve a sua origem numa doação do clérigo Vasco Mendes a São Martinho de Dume, da sua quinta de São Victouro, impondo-lhe a obrigação de ali criar um mosteiro. Depois das invasões muçulmanas (parece que estes pouparam o primitivo templo, deixando que os cristãos ali praticassem a sua religião, muito embora sujeitos a pesados tributos mas a razão principal desta tomada de posição deve relacionar-se com o [acto de apenas, como guerreiros, precisarem de quem trabalhasse as terras para o seu sustento) o que por certo não obstou a que, pelo menos, as injúrias do tempo não acabassem por o pôr em ruínas, o que veio a ocasionar que fosse de novo levantado por um Padre, Nuno Forjaz, em 1031. Anos decorridos, em 1096, o seu padroeiro Nuno Soares doou o mosteiro ao Arcebispo S. Geraldo. De novo D. Paio Mendes (1118-1137), reedificou e sagrou a igreja, tomando o título de ABADE DE SÃO VITOR, dignidade que transmitiu a todos os seus descendentes, e que teve a confirmação do Papa Eugénio III. Ainda, mais tarde, no século XV, outra vez é reconstruída, e desta vez pelo Arcebispo D. Jorge da Costa. Em 1686, encontrando-se em muito mau estado o templo de D. Jorge da Costa, devido à acção e a expensas do Arcebispo D. Luís de Sousa, sob projecto do arquitecto Miguel de Lasccol reconstruiu-se um novo templo, desde a raiz, que no dizer de Albano Belino, tem elementos na arquitectura da sua fachada «jónicos» com o aspecto da contra reforma, mas tem a orná-la já elementos maneiristas tanto no janelão como nas cartelas com a inscrição relacionada com a nova edificação. O estilo barroco também nesta fachada apresenta uns prenúncios, como por exemplo nos nichos que albergam as duas estátuas de abades. No seu interior é notável o completo cobrimento das paredes que desde o soco até ao tecto, em pedra, está repleto de azulejos hagiográficos, atribuídos a Gabriel dei Barco e Minusca. Datados de 1690, este é um dos mais valiosos conjuntos azulejísticos de Braga. ~ também notável o retábulo do altar-mor, em talha dourada, que sendo de início barroco primitivo nacional, foi diversas vezes alterado, a última das quais foi em meados do século passado. O sanefão que encobre o arco cruzeiro é uma obra de 1930, e foi seu executor um artista bracarense que tinha oficina na rua de Santa Margarida. Como algumas igrejas desta época também o templo de São Vitor, tem posicionada na traseira, num prolongamento por detrás do altar-mor, a torre traseira que, como já dissemos é muito semelhante à da Senhora-a-Branca, e possivelmente ambas do mesmo mestre. Dado o seu grande interesse, o templo foi classificado como Monumento Nacional, pelo decreto n.0 129/77, de 29/09/1977 Ao lado deste templo no Largo do Assento (nome que talvez derive do facto de ali se fazerem as inscrições dos fregueses, assentos de baptismo e casamento) encontra-se a remodelada Residência Paroquial com o anexo Salão de Recreio. Deste largo parte a rua de São Domingos, (antiga rua da Tamanca na gíria popular), e que em tempos era um local onde mais se encontravam os artesãos sombreireiros, isto é, aqueles que produziam chapéus e deram origem à indústria de chapelaria, tão próspera no final do século passado e princípios do actual e hoje desaparecida. Deixando o templo, depois de ultrapassarmos o cercado adro, por grades do lado da rua e por umas escadas com arranques barrocos, deparamos, fronteiro ao portão de entrada, com um belo exemplar de edifício que poderá datar do templo anterior ao actual. No centro um nicho, sem qualquer imagem, janelas de guilhotina, mas com ganchos para as dependurar e ainda uma cornija de madeira, completam um conjunto digno de apreço. Já na rua dirigimo-nos para o seu lado Nascente, onde, num muro do antigo LARGO DO LOUREIRO nos salta à vista um pequeno oratório, muito defumado pela quantidade de velas que os devotos ali acendem - são as típicas alminhas que muito espalhadas estão pela cidade e que nesta parte da antiga estrada para o Santuário do Bom Jesus, encontramos algumas - nas traseiras da Capela da Senhora-a-Branca, as referidas no antigo largo do Loureiro, no entroncamento da rua de D. Pedro V, num muro das Goladas, no cruzamento dos Peões e ainda junto à Ponte de Santa Cruz. Neste antigo largo encontra-se desde 1868, uma fonte, hoje seca, que era abastecida por água que vinha do Passal de São Vítor e também da Caixa de Água, que então estava instalada em frente da igreja de São Vicente e era fornecida por uma conduta que, pelo Montinho de Arcos, vinha das Sete Fontes. neste largo, começo da rua de D. Pedro V, que se acha instalada a 1 a Repartição de Finanças de Braga. Fronteiro a este edifício encontra-se a Escola Francisco Sanches, que adoptou o nome do famoso Médico e filósofo Francisco Sanches, bracarense baptizado na velha Igreja paroquial de São João do Souto, freguesia onde nasceu, segundo Sérgio Pinto, Severiano Tavares, S.J. e o Dr. José Machado, em 25 de Julho de 1551. Foi estudante em Montpelier e Bordéus e em Itália. Foi professor nas Universidades de Montpelier e Tolosa, etc. Foi um dos iniciadores da Filosofia Moderna, percursor de Bacon e Descartes. Francisco Sanches foi o autor do «Carmen de Cometa», do «Quood Nihil Scitur», dos «Opera Médica», dos «Tractatus Philosophici», etc. Foi doutorado em Medicina com apenas 24 anos, pela Universidade de Montpelier. Foi médico do Czar da Rússia e sendo também Matemático e Filósofo, foi, na Europa Renascentista, um dos espíritos mais brilhantes de então. A rua de D. Pedro V, termina no cruzamento com a Avenida do Padre Júlio Fragata, dando assim início à rua Nova de Santa Cruz (em direcção aos Peões). Seguindo por esta rua vamos encontrar a pequena ermida de SÃO VITOR-O-VELHO construída em 1876, teve origem num oratório que o Arcebispo D. Frei Agostinho de Jesus (Castro) mandou erigir no local, o qual representava em pintura o martírio de São Vítor, degolado naquele local, ou por perto (origem do nome GOLADAS?) sobre uma pedra que dizem apareceu manchada de sangue quando, ao tempo desse arcebispo, no final do século XVI e princípios do XVII, se construiu a ponte das Goladas. Foi a pedra vedada por uma grade de madeira. Com o tempo a grade inutilizou-se e foi então construído o templozinho e no seu interior guardada a pedra que está hoje debaixo de um altar lateral cujo frontal em granito representa o martírio do Santo Patrono. Abandonando esta capela seguimos pela rua Nova de Santa Cruz, e já a meio, vemos o que resta do esplendor industrial da Braga do século passado: A Saboaria e Perfumaria Confiança - a única fábrica que nos resta do século passado pois, fundada em 1894, ainda hoje se mantém em laboração.
publicado por Varziano às 19:29
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BRAGA. Rt. 4ª parte

Passemos agora para a PRAÇA DO COMERCIO onde desde os anos 50 deste século se instalou, substituindo o antigo da Praça do Município o novo MERCADO MUNICIPAL que todos os dias está aberto, oferecendo ao público bracarense os mais diversos e frescos produtos de alimentação, verduras frescas vindas das freguesias mais próximas da sede do concelho e cuja principal actividade era a agricultura. No exterior no passeio que o rodeia, uma autêntica feira com todo o seu colorido, oferece desde quinquilharias a roupa feita e calçado numa diversidade de utilizações que, pelo menos à terça-feira e sábado, está num constante bulício. Foi este mercado inaugurado em 28 de Maio de 1956, pelo Presidente da República General Francisco Higínio Craveiro Lopes. Voltando à porta principal deste grande mercado e dirigindo-nos para norte deparamos com uma íngreme rua – rua Abade da Loureira - que nos leva ao Bairro da Misericórdia, um conjunto de casas de renda económica, hoje muitas delas pertença já dos seus moradores, e que foi construído pela Santa Casa da Misericórdia de Braga, graças à ajuda dadivosa daquele grande benemérito que após a sua morte, no seu testamento contemplou as casas de caridade de Braga. A Câmara de então, também pelos anos 50, resolveu homenagear a sua memória atribuindo o seu nome à rua que desde a Praça do Comércio vai em direcção à Avenida Artur Soares. Esta avenida recebeu o nome do antigo presidente da Câmara, depois de ali se ter instalado o novo edifício da cadeia Comarcã. E digna uma visita a esta Avenida que termina, no seu lado Poente, junto ao monte do Castro Máximo, onde existiu um castro, num miradouro sobre as freguesias sub-urbanas de São Martinho, São Jerónimo e Palmeira, algumas das freguesias que fazem parte do vale do Cávado. Nesta avenida, por perto do miradouro, encontra-se desde o princípio deste século, quando foi construída, a Cadeia Comarcã. Voltando à Praça do Comércio e Carmo, seguimos pela rua Gabriel Pereira de Castro, também conhecida popularmente rua da Escoura e isto por ali, nos últimos anos do século passado. ter sido aberto decalcando-a, parte, da cangosta da Escoura. Um pouco à frente, deparamos com a Praça da Galiza, onde está instalada a Central de Camionagem e por aquela Avenida cujo topónimo é Norton de Matos, vamos desaguar na recente variante que tem o nome de António Macedo. A meio da rua, em frente da rua Júlio de Lima, encontramos uma casa apalaçada. que foi propriedade do capitalista e benemérito Júlio de Lima. Julga-se ter sido traçada também por João de Moura Coutinho. Prosseguindo pela Escoura, cruzamo-nos com a entrada da rua das Palhotas, nome tradicional que o povo não quer esquecer, e que dá acesso à citada Avenida Artur Soares. A direita, uma pequena fonte (seca) é o testemunho da sua primitiva instalação à entrada das Palhotas. Umas alminhas, devoção muito espalhada em Braga, e por todo O Minho, estão colocadas ao seu lado e antes da escada de acesso ao magnífico quadro da fachada maneirista barroca da igreja de São Vicente. A IGREJA PAROQUIAL DE SÃO VICENTE Ao cimo da rua de São Vicente, que principia no Largo dos Penedos, encontra-se o templo paroquial desta freguesia, com uma fachada que data da reconstrução levada a efeito em 1691, exuberantemente trabalhada, apresentando ainda uns resquícios do traçado maneirista, mas já numa transição para o barroco. Assim «sobre o traçado maneirista» ([rontaria lisa sem avanços), foram sobrepostos elementos barrocos, como grinaldas, laçaria de rolwerk, enrolamentos copiados da talha barroca que se estava a impor graças aos artistas entalhadores que estavam a receber a influência das gravuras que lhes chegavam do centro da Europa. No seu interior são de destacar as paredes inteiramente forradas de azulejo, azulejo que, o do altar-mor parece ser do século XVII-XVIII, enquanto que o do corpo da igreja é muito mais tardio, possivelmente da última metade do século XIX. Descrevem-nos esses painéis a vida e martírio do Santo Patrono - São Vicente. Notável a talha tanto a do altar-mor como a dos altares colaterais. São do puro barroco primitivo nacional, com enfeites e colunas torsas. Alguns dos principais artistas entalhadores e arquitectos bracarenses aqui trabalharam sendo de destacar André Soares e Carlos Amarante. Interessante, e como pormenor curioso, tem esta igreja três representações da cena de São João a baptizar Cristo - uma está na fachada, outra está na moldura do lado direito do Arco Cruzeiro e finalmente a última no fecho do arco do altar-mor, sobre a tribuna. Várias imagens incluindo a do patrono sobressaem nos altares. Na sacristia, uma valiosa inscrição epigráfica visigótica prova-nos que na era de seiscentos já se usava a terminologia que hoje se utiliza para dar nomes aos dias da semana, usança que se deve, provavelmente, a, cristianização dos bárbaros pelo bispo São Martinho de Dume, que arredou dos costumes tudo que tinha influência pagã, não só como no caso dos dias da semana, com0 ainda, e de resto se usa na vizinha Espanha. E também de chamar a atenção para a Torre sineira característica da arquitectura religiosa bracarense, que por economia deixou de apresentar torres na fachada e passou a colocá-las nas traseiras do altar-mor. Saindo da igreja de São Vicente, penetramos na RUA DR. DOMINGOS SOARES onde vamos encontrar a mole imensa do Liceu Sá de Miranda, antigo colégio dos Padres do Espírito Santo que passou para a posse do Estado, logo após a implantação da república. Estamos agora no LARGO DE INFIAS placa ajardinada em que se pode ver o busto do bracarense Dr. Domingos Pereira, homenagem prestada pelos republicanos de Braga ao ilustre concidadão que foi Presidente do Ministério e exerceu vários cargos públicos logo após a implantação do regime republicano. Aqui se encontra o CRUZEIRO DO SENHOR DAS ÂNSIAS que para este local foi removido do Largo dos Penedos, entre as ruas do Chãos e do Carvalhal. A sua cobertura é sustentada por três colunas com capitéis de estilo coríntio. Fronteiro a esta placa ajardinada encontramos dentro de um jardim gradeado o PALACETE ARANTES construído no inicio deste século para o capitalista brasileiro Adelino Arantes. E uma casa tipicamente brasileira com o seu jardim romântico, lago e fachada na qual se destaca o mirante, habitual nestas construções. A entrada da rua de Infantaria B e já como começo da estrada nacional que nos leva a Vila Verde e Alto Minho, deparamos com a CASA DE VALE FLORES uma casa brasonada do século XVII, que ainda hoje está na posse dos descendentes dos seus antigos proprietários. Junto encontra-se a capela pertença da casa de NOSSA SENHORA DO PILAR que pertenceu ao Bispo de Elvas, D. Alexandre da Silva, a quem sucedeu na posse sua irmã D. Natália da Silva, que por sua vez a deixou à Irmandade de Santa Cruz. Em 1687, data que consta da inscrição que esta sobre a porta principal, fez dela aquisição por compra João Borges Pereira Pacheco, antepassado dos actuais proprietários. A Casa de Vale Flor, bem como a capela de Nossa Senhora do Pilar, estão classificadas pelo decreto 129/77, de 29/09/1977, como imóveis de interesse público. Deixando de lado este palacete, entramos na rua de Infantaria 8 ao fundo da qual deparamos com o hoje QUARTEL DE CAVALARIA DE BRAGA digno sucessor de outros regimentos de cavalaria que se cobriram de glória nos Campos de Batalha. Aqui esteve instalado, e para isso foi construído, o Regimento de Infantaria 8, que já passou a ser denominado por Regimento de Infantaria de Braga, mas que acabou por ser extinto. Estamos agora no AREAL vamos encontrar a CAPELA DO SENHOR DO ALECRIM Estranhamento, Albano Belino não faz referência a este pequeno templo e dai talvez se possa concluir que a sua construção se tenha iniciado tardiamente, aventando mesmo a publicação «III Centenário da Igreja de São Victor», com interrogação da sua construção ser do século XIX, e isto por, como diz «[alta de documentação». No entanto na sua arquitectura singela, parece que os seus iniciadores quiseram ter adoptado um estilo (tardio), pois a sua fachada apresenta sobre a porta um frontão fechado, em ângulo, encimado por um janelão ovalado, com intercepções. No cimo da platibanda uma cruz singela assente sobre um acrotério quadrangular, no qual se notam uns pequenos frisos. Como remate dos cunhais da fachada vêem-se dois pináculos (um em cada lado). Junto à porta de entrada duas pequenas janelas quadrangulares completam o conjunto. A face voltada a Sul ostenta ainda uma grande janela que ilumina o interior que, de notável, apenas tem um retábulo de estilo renascentista (tardio), com uma boa talha bastante bem conservada mas que não apresenta a riqueza de outros semelhantes por não ter sido aproveitado o ouro para o aumento do seu valor. O seu retábulo apresenta ao centro um nicho com pinha onde assenta um crucifixo em granito pintado. A esta pintura deram o nome do Senhor do Alecrim, nome que passou para a Capela e para a Quinta que a rodeia. Prosseguindo e ultrapassando o caminho que nos conduzirá ao lugar das Sete Fontes, voltando à esquerda, por uma estreita via, iremos deparar com o escadório, por um lado e pelo outro uma rampa, que nos conduzirá à igreja e seminário de MONTARIOL situado num dos locais mais aprazíveis e saudáveis da cidade, com a cota mais elevada da paróquia de São Vítor, de onde se divisam extensos panoramas desde o Bom Jesus, Sameiro, Santa Marta, para toda a cidade de Braga e para Sul ainda se vislumbra o rio Cávado e o longínquo mar. A igreja e Seminário de Montariol, é uma robusta construção que assenta no antigo Monte Calvelo, que demarcava, no século IX, um dos limites da diocese de Dume com a de Braga. Comprada pelos Jesuítas, em 1562, foi depois da sua expulsão, vendida a particulares, em posse dos quais esteve até 1890, quando foi comprada, em hasta pública, pelos Franciscanos que ai instituíram um Colégio e Seminário. Para tal tiveram que proceder à renovação da Igreja, que se encontrava em ruínas, e construir as instalações para os frades e alunos. Confiaram a reedificação da igreja e a construção das instalações ao mestre pedreiro Guilherme Pereira, o pai do ilustre bracarense Dr. Domingos Pereira. As obras de restauro da imponente igreja, começaram em 5 de Maio de 1891 e em 27 de Setembro do mesmo ano foi benzida pelo Arcebispo D. António José de Freitas Honorato. A sua fachada austera ostenta as armas de São Francisco. O seu interior, com vários altares abrigando imagens de valor e o seu Altar-mor, num estilo neo-clássico, é digno de uma visita. Saindo deste templo que se divisa de quase toda a cidade, seguindo por um carreiro, sobre as pedreiras, podemos ir até à CRUZ ALTA e, então dai, delirarmos com o panorama que se avista. Retrocedendo e voltando ao começo do lugar do Areal, dirigimo-nos, agora, por um novo lanço de estrada, decalcado na velha via romana, em direcção ao bairro das SETE FONTES e aí, chegados ao cimo, limite da freguesia de São Vítor com a de Adaúfe, veremos um outro pequeno templo, a CAPELA DE CEDOFEITA ou do SENHOR DOS MILAGRES Construída junto ao caminho público, perto do cruzamento que se dirige para a freguesia de Adaúfe e para o Bairro da Alegria e Carreira de Tiro. Esta capela chamada também de Nosso Senhor dos Milagres, foi mandada construir, conforme se lê na inscrição da mesa do altar de granito, pelo lamecense José Custódio Ferreira, convicto de que recebera uma grande graça do Senhor do Milagres. Segundo a crença popular o edificador deste pequeno templo que dantes ficava à margem do caminho dos peregrinos para o São Bento da Porta Aberta, que contribuíram também com as suas esmolas para a sua construção (1090 não deve contar muita antiguidade razão porque Belino não a menciona em «Arqueologia Cristã»), era criado da quinta de Cedofeita, em Adaúfe. A sua arquitectura é também muito singela. Impero aqui o gosto do estilo barroco, muito embora não deve ser desse período. A porta é bem trabalhada, sobrepujada por um frontão recortado, no qual se introduz parte do janelão. As quatro pilastras que fecham o rectângulo da capela são encimadas por outros tantos pináculos em vértice, tanto no fronteiro como no da parte de trás remata-os uma cruz simples. Abandonado este lugar seguimos para o lugar onde é a Carreira de Tiro, apenas para podermos ver o que resta das caixas de água das Sete Fontes mandado fazer por D. José de Bragança, Arcebispo de Braga para abastecimento de água à cidade. De onde em onde podemos ver umas construções cilíndricas encimadas pelo brasão daquele Arcebispo, Príncipe Real. Caixas Com água. Daqui podemos passar ao Bairro da Alegria, desordenado loteamento, principiado a construir, possivelmente clandestino, por volta dos anos 50. Por uma cangosta onde se encontra pelo menos uma casa brasonada, muito mal conservada, chegamos ao loteamento da quinta de Passos. Aí encontramos as rumas de duas capelas cujo patrono foi São Vítor. Trata-se do que resta da capela de São Vitor, Mártir, e de uma outra também em ruínas na quinta de Chedas. Tanto uma como outra servem hoje para acomodação de utensílios agrícolas como até de um estábulo. Dirigimo-nos de novo para o Areal e por essa via chegamos ao LARGO DO MONTE DE ARCOS onde se encontra, desde 1871, o Cemitério de Braga. Deixando este largo, desçamos pela rua de São Domingos, até ao seminário de NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO - SEMINARIO MENOR (da Tamanca) um conjunto de edifícios, que inicialmente pertenciam à igreja e que em 1911, passaram para a posse do Estado. Ali se instalou um recolhimento de mulheres que vieram de um que tinham na Cangosta da Palha, e que por usarem, como calçado, tamancos, por esta razão ficou conhecido esse recolhimento pelo «das tamancas». Em 1922, sendo os tempos mais favoráveis, quando estava à frente dos destinos da arquidiocese o Arcebispo D. Manuel Vieira de Matos, e estando estes edifícios à venda em hasta pública, D. Manuel Vieira de Matos, os comprou para neles instalar um seminário de Preparatórios, que denominou de Nossa Senhora da Conceição, por nele ser entronizada a imagem da Virgem Maria, que tinha pertencido à demolida Capela do Paço Arquiepiscopal. Pronto, foi inaugurado pelo arcebispo «construtor» em 1924. Deixando para trás este seminário e prosseguindo pela actual rua D. Manuel Vieira de Matos, chegamos à rua de Santa Margarida, onde, a meio, encontramos um portão que dá acesso ao Paço Arquiepiscopal, instalada na Antiga quinta do Tanque. PAÇO ARQUIEPISCOPAL adaptação da antiga Casa do Tanque, comprada pelo Arcebispo Vieira de Matos, em 2 de Julho de 1920 para ali instalar em edifício próprio (já o ocupava, ma por aluguer) o Paço dos Arcebispos. Na frontaria e ~O] baixo do frontão, vêem-se as armas de fé do Arcebispo D. Vieira de Matos. Esta casa foi mandada edificar, na última metade do século XVII, pelo Cónego Simão de Magalhães de Barros (interroga Vaz-Osório da Nóbrega), tendo sido reedificada na última metade do século dezoito, por Lopo António de Vasconcelos Leite Pereira de Abreu Lima, como refere o mesmo Vaz-Osório na sua obra «Pedras de Armas e Armas Tumulares». Este último Magalhães de Barros, deu o nome à Cangosta do Lopc mencionada na planta de Braga de 1857, e que foi alargada para dar lugar, no final do século passado, à rua de Santa Margarida. Dentro do recinto da antiga quinta do Tanque, junto ao Paço, está o edifício ocupado pela Câmara Eclesiástica, atribuído a D. Felícia de Magalhães da Cunha, filha do Cónego Magalhães de Barros, que mandou colocar na frontaria a pedra de armas de sua família, casa também comprada conjuntamente com a quinta pelo arcebispo D. Manuel Vieira de Matos. A entrada principal para estes edifícios era pela rua de Santa Margarida como atestam os painéis de azulejo que ladeiam a porta. Seguindo a rua de Santa Margarida vamos encontrar a imponente construção mandada fazer por D. Manuel Vieira de Matos, para servir de Seminário Maior. A primeira pedra deste grandioso Seminário foi lançada a 8 de Dezembro de 1928. No frontão do corpo central da sua fachada vê-se o brasão de fé deste Arcebispo, ali mandada colocar pelo seu sucessor D. António Bento Martins Júnior, já que este quis assim homenagear a memória do seu antecessor e iniciador da obra, cuja inauguração teve lugar a 14 de Outubro de 1934, já depois de falecido o arcebispo fundador, D. Vieira de Matos. Hoje encontra-se ali instalada a Faculdade de Teologia que, como a Faculdade de Filosofia, fazem parte da Universidade Católica Portuguesa. Ainda na rua de Santa Margarida, e de frente para o Seminário, encontra-se o Instituto da Juventude e no ângulo com a rua de Camões, o edifício de «O Diário do Minho», jornal diário católico da diocese bracarense. Subindo esta rua, vemos ao seu lado direito uma singela cruz, no chamado Monte da Buraquinha (ou também Cova da Moura) que assinala o local onde o Imperador do Brasil, de visita à monumental cidade de Braga, admirou a sua paisagem, juntamente com o professor do Liceu de Braga, Pereira Caídas. Cerca de 1908, foi colocada sobre uma torre, mesmo ao lado, quando da consagração da diocese a Imagem do Sagrado Coração de Jesus. Também naquele local foi, nos primeiros anos da segunda década deste século, instalado o depósito de água de Guadalupe, o único que durante muitos anos abasteceu de água a cidade. Seguindo esta rua de Camões vamos encontrar, já perto do seu final, o edifício do antigo Seminário de Santo António e São Luís Gonzaga, popularmente conhecido pelo «Seminário da sopa», e que depois de servir de Hospital Militar, está presentemente a ser utilizado pela 2.~ Esquadra da P.S.P. de Braga. Retrocedendo, entramos na rua da Regueira, e aí a meio, depara-se-nos o portão e escadório de acesso ao miradouro e templo de GUADALUPE No ponto onde vemos o templo de Nossa Senhora de Guadalupe e seu miradouro, conhecido tempos atrás pelo «Monte do Reduto», existiu uma ermida dedicada a Santa Margarida, nome que também foi atribuído a esta colina, e que foi demolida no século XVIII para «em seu lugar se construir no ano de 1747, a que hoje existe em forma de cruz grega e dedicada à Mãe de Deus», conforme nos informa Albano Belino na sua obra já várias vezes citada, informação que achamos não estar certa pois Monsenhor Ferreira, nos «Fastos Episcopais», diz que: «... Em 23 de Março de 1725 D. Rodrigo de Moura Telles benzeu a Capela de Nossa Senhora de Guadalupe, novamente edificada no Monte de Santa Margarida ... o que nos leva a considerar que a data da sua fundação deve ser a indicada por Monsenhor Ferreira. Para a sua construção contribuiu o Arcebispo D. Rodrigo de Moura Telles, com a importância de 100$000 mil reis, donativo que constava do seu testamento. Contrariamente ao afirmado por Albano Belino, esta capela tem a forma circular, sistema usado no século da sua construção como por exemplo era a mandada fazer pelo arcebispo Moura Telles, no Bom Jesus e que mais tarde foi derribada. A entrada para o interior faz-se por um vestíbulo de três arcos, seguido de um pequeno átrio e vedado por um portão de ferro. Sobre o arco principal, está um nicho que encerra a imagem de Nossa Senhora de Guadalupe. Sobre este nicho uma inscrição epigráfica «PROTECAM VRBEM ISTAM 1747». Todo o recinto do adro e terreno circunvizinho é vedado por um muro que partindo da rua de Camões, onde existe um acesso, dobra a rua da Regueira, terminando à entrada da rua do Sardoal, depois do portão principal, cuja entrada se faz por um lanço de escada, lanço que principia na rua de Guadalupe, e é interrompido pelo atravessamento do arruado de novo se iniciando depois do portão. Para a construção dos acessos, muros e escadórios, contribuiu o Barão da Gramosa, que no seu testamento deixou uma elevada quantia para essa obra. Esta capela parece que, por volta do governo do Arcebispo D. Gaspar, esteve para ser alterada, pelo menos na sua fachada. No arquivo da Confraria existe um desenho assinado por Carlos Amarante, apresentando um projecto para tal.
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BRAGA- rot 3ª parte

3ª parte Quando da visita a Braga da rainha D. Maria II, que se hospedou nesta casa, ali se realizou um grande baile em sua honra. Deve-se anotar que durante muitos anos o Salão Nobre acolheu, em várias noites, a sociedade bracarense, que então se reunia para ouvir música, concertos, e conviver. Além do seu valioso recheio, que pela sua disposição00000000 1m11useológica nos dá a impressão de que, de qualquer ponto e em qualquer momento nos pode surgir o senhor da casa, pois está como se fosse habitada pelos seus antigos proprietários senhoriais. São de destacar os seus belos e cuidados jardins, com fontes e caramanchões coroados por escultur>as, frondosas japoneiras, a cavalariça, a cozinha e a sua sala de exposições temporárias, mesmo ao lado dos claustros onde uma pequena fonte refresca o ambiente. À entrada somos saudados por quatro figuras em pedra, duas como que nos convidam a subir a escada que nos leva ao andar superior, e as outras duas como se a dizer-nos que nos espera uma recepção, onde não faltarão a música e os bailes que naquela mansão se realizaram nos tempos do seu senhorio. Está este palácio classificado como imóvel de interesse público (terreiro, jardins, muralha, todo o conjunto), pelo decreto 37366, de 5/04/1949. Deixando para trás este belo edifício, já na Praça Conselheiro Torres e Almeida, deparamos com a casa onde hoje se encontra o Patronato da Sé, com os brasões dos Cunhas e que hoje é pertença daquela instituição para recolha de crianças em idade pré-escolar. À entrada da hoje Rua D. Frei Caetano Brandão, existia a porta de São Francisco, demolida em 1805. A seguir, encontramos o edifício antigo do Tribunal Judicial, uma propriedade da Câmara, comprada em 1869, à família Costa Pereira (Vilhena), para ali serem instaladas as repartições judiciais. E atribuído este edifício ao risco de Carlos Amarante. No frontão que o encima, estão colocadas as armas estilizadas da cidade de Braga, que ali foram colocadas em 1924, quando os descendentes dos primitivos proprietários sugeriram à Câmara retirar o seu brasão de família, para uma sua propriedade no Distrito de Viana, dando em troca o de Braga. Fronteiro ao tribunal encontramos o edifício da IGREJA DO POPULO mandada fazer por D. Agostinho de Jesus (Castro no século) Arcebispo de Braga entre 1588-1609, por divergências havidas entre o Arcebispo e o Cabido de Braga que não lhe consentiu a fundação de uma capela na Catedral para seus despojos mortais. O Arcebispo lançou os olhos então para o lado poente do Campo da Vinha, para o local onde existia uma pequena ermida e ali mandou construir a igreja e convento que dedicou a Nossa Senhora do Pópulo, inspirada na devoção que tinha trazido de Roma, e a entregou à ordem dos Frades de Santo Agostinho, à qual pertencia. A primeira pedra do Convento foi lançada à terra em 3 de Julho de 1596. Tendo falecido D. Agostinho de Jesus, em 1609, foi sepultado na igreja velha do Convento do Pópulo, até se construir a nova, para cuja capela-mor o trasladaram, 49 anos mais tarde e o colocaram no seu túmulo sob um arco sólido onde ainda hoje está depositado. De fronte para este, também sob um arco sólido, está depositado num túmulo o arcebispo bracarense D. Frei Aleixo de Meneses, que faleceu em Madrid, em 1628, de onde foi trasladado com odor de santidade. Acontecera que, ao abrirem o seu túmulo encontraram o seu cadáver incorrupto e, assim, foi trasladado para Braga. Quando aqui chegou repararam que lhe faltava a cabeça, os pés e dois dedos de uma mão e o seu corpo estava despido. Atribuíram estes factos a, por certo, as pessoas devotas, que acompanharam a féretro, o terem mutilado para fazerem e conservarem suas relíquias. A actual fachada não é a primitiva. Esta foi acrescentada ao gosto neo-clássico, um pouco mais à frente da primeira e o seu traço é devido ao arquitecto bracarense Carlos Amarante. No seu interior é de notar toda a riqueza do barroco e, na feitura de seus altares esplendorosos, trabalhou, entre outros, o artista bracarense Marceliano de Araújo. Todas as suas paredes interiores, tanto as do corpo da igreja, como a dos altares, são da escola de António de Oliveira Bernardes, sendo de notar os do altar de Santa Apolónia que os tem assinalado por este mestre de azulejaria. Ainda se podem ver no pavimento as tampas funerárias em madeira, das sepulturas (carneiros), onde eram enterrados os cadáveres. A torre sineira primitiva estava colocada atrás do altar-mor - torres traseiras - assim chamadas e que foi uma das características da arquitectura religiosa bracarense, da qual há vários exemplos em outros templos da cidade. Esta torre, de que ainda hoje se pode ver o que resta, depois da sua destruição em parte por um raio, está colocada à entrada da rua de 5. Martinho, adossada à igreja. Depois do decreto de 1834, de Joaquim António de Aguiar, do qual resultou a extinção das Ordens Religiosas em Portugal, o Convento e Igreja passaram para a posse do Estado, tendo sido servido o Convento para alojamento militar e a Igreja para depósito de palha. Mais tarde a Igreja foi entregue à Fábrica do Templo, ficando separada do Convento que continuou para alojamento de várias unidades militares, tendo em 1849, sido ali instalado o Regimento de Infantaria 8, até à sua transferência para o Areal, para um novo quartel. Por troca entre o Ministério da Guerra e a Câmara foi o edifício do Convento entregue a esta para ali se instalarem grande parte dos serviços camarários. Foi a partir deste quartel que saiu a Revolução do 28 de Maio de 1926, comandada pelo Marechal Comes da Costa, cuja estátua em bronze, em corpo inteiro, se vê no largo fronteiro ao Convento. Em 1992, foi publicada no Diário da República, a autorização para que fosse permutado com a Câmara Municipal de Braga, o edifício do Convento para ali se instalarem várias repartições camarárias. Tanto o edifício do Convento como a igreja do Pópulo, foram pelo decreto n.º 129/77, de 29/09/1977, classificados como Monumento Nacional. No ângulo Norte desta praça, encontram-se duas casas possivelmente do século XVII, classificadas como «imóveis de interesse público», em que uma delas apresenta uma escadaria de acesso duplo, com bons arranques e alpendre e a outra com um único acesso mas também de alpendre e arranques de escada. Ao lado destes edifícios, sobressaindo do conjunto destaca-se a CASA MACIEL ARANHA um edifício brasonado, cujo portão e a própria casa foram delineados por Carlos Amarante (cf. Alberto Feio, Uma figura nacional, insigne Arquitecto e Engenheiro, 1748- -1815, pág. 20). Foi classificada como «imóvel de interesse público» pelo decreto 516/71, de 22 de Novembro de 1971. Esta casa também é conhecida popularmente pela CASA DO GATO BRAVO. Entre este notável edifício que embeleza em muito a praça, situa-se na rua Alferes Ferreira, que ladeia a parte poente de um dos maiores edifícios de Braga. O CAMPO DA VINHA (Praça Conde de Agrolongo) Tem esta praça, uma das maiores do país, por limites a Poente o majestoso e imponente Convento do Pópulo (hoje servindo de instalação de vários serviços camarários), tendo a seu lado a igreja do Pópulo, sobre a qual já falámos; a Nascente uma série de edifícios dos quais se destacam alguns de valor, e outros de valor artístico discutível; a Norte, o edifício do Lar Conde de Agrolongo e a Sul uma série de construções adoçadas à antiga muralha e que parte ocupa o antigo seminário de São Pedro e o Recolhimento das Beatas de Santo António. Tem este largo acesso pelo Largo Conselheiro Torres e Almeida e pelas ruas Alferes Ferreira, do Carmo, Capelistas, Justino Cruz, Santo António da Praça e Avenida Visconde de Nesperira. Ultimamente sofreu esta praça um novo arranjo urbanístico. O LAR CONDE DE AGROLONGO É este Lar digno sucessor do primitivo Asilo de Mendicidade, merecedor de uma visita, pois além de ser um exemplo a seguir na dedicação à Terceira Idade, tem aspectos interiores que são dignos de nota como por exemplo o seu claustro que data do século XVIII e a capela da qual nos ocuparemos a seguir. Não obedece a sua fachada à traça anterior, pois foi totalmente modificada sob o traço do arquitecto Moura Coutinho, cerca da segunda dezena do século XX. As obras de construção do novo edifício, devido à generosidade do Conde de Agrolongo, principiaram em 1908 e terminaram em 1914. Em 1592, D. Agostinho de Jesus efectuou a compra no, Campo da Vinha, de Santa Eufémia, como ainda era conhecido, umas moradas de casas, onde mandou construir um Convento que dedicou ao Salvador e o destinou a monjas beneditinas que. até então, estavam alojadas em lugar ermo, em Vitorino das Domas. Diz-se que as obras duraram oito anos e que nelas o arcebispo gastou bastante dinheiro. Ocupa hoje, portanto, o Lar, o antigo Convento do Salvador, fundado como sabemos pelo Arcebispo de Braga, D. Agostinho de Jesus, que ficou instalado no então Campo da Vinha de Santa Eufémia, um dos maiores largos do Pais, senão mesmo o maior, que foi doado à cidade pelo Arcebispo D. Diogo de Sousa que o trocou com o Alcaide-mor da cidade Afonso Costa, por umas propriedades pertença da Mitra, a quinta do Paço de Escariz, em São Vicente de Penso, proporcionando assim aos habitantes da cidade um espaço por onde principiaram a alargar a cidade, fazendo-os sair da estreiteza das ruas medievais, que durante séculos os haviam alojado. Caso curioso se deu com a troca ou escambo deste campo. Foi o que aconteceu com os lavradores de uma freguesia do hoje concelho de Vila Verde. Mas vejamos o que diz o padre António Carvalho da Costa, na sua «Corngra[ia Portuguesa», tomo 1, 2. edição, p. 165,1868: «COUTO DE MOURE Entre os concelhos de Prado, Larim, Vila Chá, tem assento o Couto de Moure, de que é senhor o Arcebispo Primaz por doação do Conde D. Henrique e da Rainha D. Teresa ao Arcebispo São Geraldo, e lhe fez outra no mesmo tempo Nuno Soares de certa herdade, que aqui tinha. Os moradores dele, por serem isentos de Jurisdição Real, e de irem à guerra salvo com os Arcebispos, eram obrigados de foro todos os lavradores (que os nobres não) a cavar-lhe a vinha, que tinha em Braga, a qual mandou cortar o Arcebispo D. Diogo de Sousa para fazer o formoso Campo da Vinha. «Compôs-se então com eles por si, e seus sucessores, que em satisfação destas geyras (obrigações ?) lhe daria cada um quatro almudes de vinho todos os anos, e então orçava pouca quantidade; porque não viviam nele vinte homens: mas por tempos se povou de sorte, que hoje passam de vinte pipas ... » Correia de Azevedo, na sua monografia sobre Vila Verde, diz a pág. 135, e sobre o assunto da quantidade do vinho a entregar ao Arcebispo «mas ~omo a população aumentou chegou a mais de 50 pipas por ano». Por decreto de 1893, foi cedido o Convento, à Associação de Beneficência de Braga para nele serem instalados institutos de solidariedade social, como o Asilo de Inválidos, Asilo de Cegos. A Cerca foi também em parte cedida à Câmara Municipal, para se instalar ali um local para mercado e feira e que ficou conhecido pelo Campo do Salvador. CAPELA DO SALVADOR Integrada no edifício do Lar Conde de Agrolongo encontra-se a Capela do Salvador, mandada construir pelo Arcebispo D. Frei Agostinho de Jesus para dar um lugar de oração às freiras de clausura e que então deu nome ao Convento que passaram a denominar de «O Salvador». A primeira pedra desta igreja foi lançada à terra em 1595. E de destacar todo o interior deste belo templo, não só pela talha do retábulo do seu altar-mor, cujo estilo barroco nacional data de 1736, e é da autoria de Gabriel Rodrigues Álvares, do Couto de Landim, como afirma o malogrado investigador Robert Smith, em «Marceliano de Araújo» na p. 33, nota n.0 76, como pelo tecto da capela-mor e, ainda, o do corpo da igreja, este apainelado, constituído por 40 quadros representando aspectos da vida de Jesus e da Virgem Santíssima. O púlpito desta igreja é atribuído a Marceliano de Araújo. As paredes estão recobertas de azulejos do tipo de tapete, enxaquetados, cuja datação se situa entre os finais do século XVII ou princípios do seguinte. E uma das mais belas composições deste estilo. A sua portada original, que, como diz Albano Belino, em «Arqueologia Cristã», era jónica, foi destruído aquando da feitura da actual fachada. A Igreja foi classificada como «Imóvel de interesse público», pelo decreto 42692, de 30/11/1959. Em 19 de Fevereiro de 1931, foi resolvido pela Direcção do então Asilo, mandar fazer um túmulo para depósito dos restos mortais do benfeitor Conde de Agrolongo - José Francisco Correia, natural de Sande, Guimarães - e colocá-lo sob um arco sólido num dos lados do altar-mor da igreja. COLÉGIO INGLÊS - G.N.R. Seguindo para norte e depois de ultrapassar a Avenida Visconde de Nespereira, fazendo ângulo com a Praça Conde de Agrolongo, encontramos o edifício do antigo Colégio Inglês, que após a República, passou para a posse do Estado e hoje está ocupado pela G.N.R., ali instalada por volta dos princípios dos anos 20 deste século. HOSPICIO DE SÃO BENTO DE TIBAES No ângulo desta praça com a rua do Carmo, encontra-se, completamente remodelado, o antigo hospício dos Monges do Convento de Tibães, e hoje transformado num centro comercial - «Claustro» - valendo a pena dar uma vista de olhos ao seu interior onde se podem vislumbrar as antigas arcadas do claustro beneditino. RUA DO CARMO Antes de entrarmos na rua do Carmo, deparava-se-nos um bom edifício que foi, por questões políticas, incendiado. Foi sede do Partido Comunista, em Braga. Actualmente (1998) totalmente desaparecido. Seguindo esta rua deparamos, ao seu lado direito, com uma grande construção que pertenceu ao Dr. Manuel da Silveira, cavaleiro fidalgo da Casa Real, que ostenta numa cartela ao alto junto ao cunhal do lado direito a inscrição lapidar «Manuel da Silveira fidalgo da casa de Sua Magestade o fez». RECOLHIMENTO DA CARIDADE Nesta mesma rua e junto à casa do Dr. Silveira, havia outras construções, propriedades do mesmo fidalgo, para onde foi transferido um recolhimento fundado por António Pinto, imaginário da rua dos Chãos, que comprou umas casas na rua do Carvalhal, onde instalou um grupo de mulheres piedosas que ensinavam as meninas pobres a ler, escrever e mais prendas próprias da sua condição de mulheres. O Dr. Silveira, fidalgo da Casa Real, ofereceu, em 1785, a sua casa junto ao referido recolhimento para aumento dos cómodos das recolhidas, que usavam o hábito das Trinas. Pelos anos de 1785, esse recolhimento encontrava-se já nas Casas que tinham pertencido ao referido fidalgo na rua do Carmo e que as Recolhidas tinham comprado e na qual foi instalada uma pequena capela da invocação de São João da Mata. As obras de edificação deste pequeno templo terminaram no ano de 1768, sendo benzida em 21 de Janeiro do ano seguinte. pelo padre José de Araújo da Costa, Prior da Apúlia. e a primeira missa foi aqui celebrada no dia 23 do mesmo mes. Aqui se fez sentir, a lei de Abril de 1911, que separou a Igreja do Estado, passando então não só os edifícios como os paramentos, alfaias, imagens, quadros e tudo o que pertencia tanto à Capela como ao Convento para a posse do Estado, representado hoje pelo Governo Civil. Hoje, depois da ruína a que chegaram estes edifícios, foram restaurados e encontram-se lá os serviços oficiais do GAT (Gabinete de Apoio Técnico aos Municípios do Alto Cávado). No átrio de entrada encontra-se, desde há pouco, uma lápide com uma inscrição epigráfica que foi retirada de um poço meeiro e cuja legenda diz: NOBILIS, AC ANTIQUA VOCOR, SUM BRACHARA FID' AUGUSTA HINC TELO TVRRIBUS INDE POTENS HESPERIAE PRINCEPS PRIMATUM LAETOR HABERE ORBIS AD INVIDAM NUBILA CLARA PETO Várias são as interpretações dadas a esta inscrição. Delas damos as que nos forneceram: SOU CHAMADA A NOBRE E FIDELISSIMA BRACARA AUGUSTA PODEROSA EM TORRES E ARMAS. ORGULHO-ME DE TER O PRTMADO DAS ESPANHAS E PARA INVEJA DO ORBE TNTEIRO PEÇO (EXIJO) CEUS LUMINOSOS P. Carllos - Carmelita CHAMAM-ME NOBRE E ANTIGA. SOU A BRACARA AUGUSTA FIEL E PODEROSA NAS MINHAS TORRES, AS PRIMEIRAS DAS ESPANHAS ALEGRO~E DE TER A INVEJA DO MUNDO PORQUE ASPIRO AS ALTURAS lnterpretação livre p. José Mário - Fac. Fil. CHAMAM-ME NOBRE E ANTIGA, SOU BRACARA FIEL E AUGUSTA, PODEROSA TANTO NO SOLO COMO NAS TORRES. ALEGRO-ME POR TER A PRIMAZIA ENTRE AS PRIMEIRAS DA HESPERIA. PARA INVEJA DO MUNDO BUSCO AS NUVENS CLARAS. Cónego Macedo - Cabido são estas as interpretações da lápide que, como se disse, está à entrada do GAT que foi encontrada na parede de um poço meeiro que confrontava com um prédio da rua do Carvalhal. Foi neste edifício do Recolhimento da Caridade, quando administrava a cátedra bracarense D. Frei Caetano Brandão - que se realizou com princípio em 1792 e encerramento no ano seguinte a primeira feira agrícola de Braga. IGREJA E CONVENTO DO CARMO TRAVESSA DO CARMO Fronteira à rua do Carmo e no início da Travessa do Carmo, encontra-se a igreja de Nossa Senhora do Carmo, que tinha anexo o Convento da Ordem. Trata-se de um edifício cuja obra de construção foi iniciada em 4 de Maio de 1654, «logo depois dos religiosos terem largado ao Cabido o campo do Carvalhido, em São Martinho de Dume, e o campo da Deveza, em Urjães» diz Albano Belino na obra já citada. No entanto só em 22 de Outubro de 1655 os religiosos vieram ocupar o seu novo convento, vindo de umas casas das Carvalheiras onde entretanto se haviam instalado. A ordem foi fundada em Braga no dia 1 de Fevereiro de 1635, pelo seu primeiro prelado, frei José do Espírito Santo, natural desta cidade. O interior da igreja é constituído por quatro altares colaterais, ligados interiormente e outros dois no arco cruzeiro, e onde está a Capela do Santíssimo Sacramento que em tempos (não há muito) tinha uma portada em ferro que dava acesso a Capela Relicário, onde estavam mais de quatro mil relíquias de Santos, distribuídas pelas paredes interiores. Hoje essa porta foi tapada e aberta outra no recinto do altar-mor que dá entrada para o relicário. Na sua tribuna encontra-se a imagem de Nossa Senhora do Carmo, e ao lado, em peanhas, outras valiosas imagens, como valiosas são as dos altares colaterais e do arco cruzeiro. Destaca-se neste um grande sanefão barroco. Nas paredes alguns quadros a óleo de algum merecimento. Foi a fachada totalmente modificada nos anos de 1915, sob risco do arquitecto Moura Coutinho. No cimo da única torre sineira, foi colocada uma imagem de Nossa Senhora do Carmo que durante a noite se projecta no espaço, dada a sua iluminação eléctrica. Ainda sobre a porta de entrada está colocado o brasão da Ordem Carmelita que pertenceu à primitiva fachada. Destaca-se neste conjunto o relógio e dois anjos colocados sobre as pilastras laterais e ainda duas estátuas relacionadas com a Ordem. Ao lado, muito modificadas, estão as instalações onde residiam os frades. Depois da lei da expulsão das Ordens Religiosas de Portugal, serviu esta casa para aquartelar militares, e serviu também para Hospital Militar, sendo mais tarde comprada por Francisco José Ferraz, de Prado, que veio a trocá-la com a fundadora do Colégio Dublin, que se achava instalado naquela vila, próxima da cidade de Braga, passando então o Colégio Dublin, e depois Colégio do Carmo a ocupá-lo até há muito pouco tempo.
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Braga. Rot. 2ª parte

2ª parte Voltando de novo à rua do Matadouro velho, entramos no Campo das Carvalheiras e uma das primeiras coisas que saltam à vista é o CRUZEIRO DE DOM FURTADO DE MENDONÇA um elegante monumento, datado do século XVII, que sobressai de um patamar constituído por uma série de degraus. E composto de uma coluna dividida em três partes constituídas por um quadrilátero que lhe serve de suporte, uma coluna com elementos ovalados ou em ponta de diamante, seguida por uma outra que suporta uma esfera recortada que tem a encimá-la a cruz arcebispal. Entre a sombra que nos proporcionam frondosas tílias podemos admirar um pequeno fontanário em ferro fundido que poderá refrescar com a sua cristalina água aqueles que se julguem com forças para fazer esta peregrinação por Braga fora de muros. Ao lado direito, para quem está voltado para a escola nova da Sé, pode ver-se uma casa solarenga que pertenceu ao Comendador Jerónimo da Cunha Pimentel que além de Presidente da Câmara no século passado foi também Governador Civil. Este edifício onde hoje se acha instalada uma cooperativa leiteira, tem duas pedras brasonadas que representam a marca de família de Tomé da Corda, - um rolo de corda - uma, e a utra, as armas de fé do Arcebispo Dom Jorge da Costa - roda de navalhas que serviu para o martírio de Santa Catarina. Pertenciam estes dois brasões à antiga Capela de São Bartolomeu, depois chamada de São Gonçalo, quando foi reconstruída pelo arcebispo Dom Rodrigo de Moura Telles e hoje é a capela onde se acha instalada a instituição das Convertidas, na Avenida Central. Fronteira a esta está o antigo hospício dos Cónegos Regrantes de Santa Cruz, de Coimbra, conhecidos pelos frades Crúzios e hoje é a chamada CASA Do IGO que ostenta sobre a porta principal, numa bordadura com dizeres latinos, a representação religiosa do Cordeiro Pascal «Agnus Dei». No gaveto de entrada para a rua Visconde de Pindela, um nicho barroco pertencente à Irmandade de Santa Cruz, serve para na Semana Santa, se expor um dos Passos da Paixão de Cristo. Descendo a rua Visconde de Pindela e já em frente ao largo do Senhor da Boa Luz, outra casa brasonada nos chama a atenção - a Casa dos Bravos - onde esteve instalado o antigo colégio São Tomaz de Aquino. E assim penetramos na rua da Cruz de Pedra, cuja origem do nome se deve, possivelmente, ao facto de na entrada da rua existir um cruzeiro de pedra que durante a noite era sempre alumiado por lamparina de azeite, e que nos levará à: RUA CARDOSO AVELINO nome que lhe foi atribuído aquando da sua abertura, porque na chegada a Braga do Caminho de Ferro, em Maio de 1875, Cardoso Avelino desempenhava então o cargo de Ministro. Para esta rua foi transferida a CAPELA DE SAO MIGUEL~O-ANJO em 1878, quando foi demolida nas Carvalheiras, e era então o local onde os arcebispos se paramentavam para fazer a sua entrada solene na Sé de Braga. Ficava, portanto, perto da porta da muralha de Maximinos ou de Nossa Senhora da Ajuda, que pela rua dos Burgueses dava acesso à Sé. Em memória desta demolida capela e transferência, ficou o topónimo da Avenida de São Miguel-o-Anjo. Deslocamo-nos agora para o LARGO DA ESTAÇAO Largo aberto em 1875 aquando da chegada do Caminho-de-ferro a Braga, ramal de Braga, que punha e pôs a cidade arcebispal em comunicação por linha-férrea não só com o Porto mas também com as fronteiras espanholas de Valença e Barca de Alba, dando assim possibilidades de escoamento aos produtos agrícolas e industriais produzidos na região minhota da qual Braga é capital. Este largo teve, a princípio, o nome de Largo das Laranjeiras. E digno de se fazer uma visita ao Museu do Caminho-de-ferro instalado numa das antigas cocheiras da estação, onde se pode ver o material do século XIX, incluindo a máquina que serviu para a construção não só da linha do Minho como também do Ramal de Braga. Do largo da Estação poder-se-á dar uma saltada ao fundo da rua Irmãos Roby, onde se situa, em Braga, a casa-mãe destes heróis bracarenses, cuja memória está perpetuada num dos canteiros da Avenida Central. Solar brasonado, mas cujo brasão foi picado. Está hoje na posse da Congregação Religiosa das Irmãs da Visitação. Retrocedendo, dirigir-nos-emos para a RUA ANDRADE CORVO cujo nome deriva de um antigo Ministro que visitou Braga, quando da inauguração do Ramal de Braga, como também esteve presente num congresso de arqueologia promovido no século passado e na qual foi apresentado publicamente o trabalho sobre a Citânia de Briteiros. Nesta rua, junto ao muro da cerca do Palácio dos Biscaínhos foi há anos montado um jardim infantil e nesse muro foi colocada a fonte do tempo de Dom José de Bragança, mandada edificar pelo Senado da Câmara, que fornecendo água do manancial das Sete Fontes estava colocada à entrada da hoje rua de Infantaria 8, junto à casa Jácome Borges Pacheco e que em 25 de Janeiro de 1745, por provisão de Sua Alteza, passou a usufruir água sobrante daquela fonte para seu uso, e que é hoje a ilustre Casa de Infias. E assim chegamos ao CAMPO DAS HORTAS Neste campo ou jardim em primeiro lugar deparasse-nos a CASA GRANDE do Campo das Hortas, uma construção do século XVIII, que já figura no mapa das ruas de Braga desse século. E uma magnífica e robusta construção, com várias portas e janelas de grande proporção, com varandas e pilares no frontão, e, entre palmas, tem o brasão da casa. Ao centro do jardim, bem cuidado e que não desmerece de outros jardins de Braga, está a monumental fonte de Dom Agostinho de Jesus, para ali levada pelos princípios da segunda dezena do actual século, e que durante vários anos esteve no campo do Salvador, depois de desmontada de em frente da Arcada, na Avenida Central, por volta de 1858. Segundo a lenda, um edifício de grande porte, recentemente restaurado, está assente nos alicerces da antiga Chancelaria Romana e, dizem ali ter nascido nove irmãs gémeas, todas santas e mártires. Olhando para Nascente vê-se deste Campo, um dos ex-libris da cidade, o: ARCO DA PORTA NOVA mandado abrir por Dom Diogo de Sousa, em 1512, para assim dar saída à cidade para o poente. No entanto devemos acrescentar que o arco actual não é o primitivo, pois este foi substituído pelo actual no tempo de D. Gaspar de Bragança, por despacho de D. José, Rei de Portugal, que autorizou a sua factura com as sobras das sísas. E, segundo alguns autores, possivelmente uma obra póstuma de André Soares, já da fase final do seu labor artístico, abruptamente interrompido pela sua morte. Podemos dizer que é uma transição do barroco para o estilo seguinte - neo-clássico - mostrando o primeiro no frontão recortado, como diz Robert Smith, à «maneira de Borromini» e dominado a meio pelo escudo ou armas de Fé do Arcebispo, muito embora a princípio, como se tratava de uma obra real, apresentasse o escudo do Rei Dom José 1. E encimada pela estátua alegórica de Braga. Apresenta o Arco da Porta Nova, nas duas faces - Nascente e Poente - duas maneiras de trabalho muito diferentes. Enquanto que na face voltada a poente - a face rica - o arco esteja encerrado em duas pilastras - duas de cada lado - com elementos lisos sobre as quais se levantam quatro obeliscos, diz Smith, «ornados de bandas furadas e discos, ornatos típicos da última fase da obra soaresca», um frontão interrompido, ainda barroco, sob o qual se destaca o brasão já mencionado e que lembra os do Paço Arquiepiscopal (Biblioteca Pública e Arquivo Distrital de Braga), elementos que como diz o malogrado investigador americano «Toda esta parte é de uma sobriedade neoclássica». Do lado nascente, ou seja do lado interior que fica voltado para a rua Dom Diogo de Sousa, os elementos que nos mostra são inteiramente barrocos. Num nicho aberto ao cimo sob o frontão de mitra, entre um varandim, destaca-se a imagem de Nossa Senhora de Nazaré, imagem que ostentou o primitivo arco mandado abrir por Dom Diogo. Tendo, em contraste com o lado poente, apenas duas pilastras, uma de cada lado do arco de entrada, são estas encimadas cada uma por uma urna. Sobrepujando este conjunto um frontão também interrompido, elemento barroco que encontramos em outras construções desta época. No pequeno largo à entrada da rua Dom Diogo de Sousa, forma-se uma praça conhecida, em tempos, por Praça da Hortaliça; e hoje, por Praça Velha, na qual se podem ver alguns edifícios de valia, um dos quais recentemente restaurado, e ainda um nicho pertencente à Irmandade de Santa Cruz e aberto na Semana Santa para expor um dos quadros da Paixão. Perante o oratório do Arco da Porta Nova, foi dita em 1617, uma primeira missa. Existia em tempos, antes da reconstrução do actual e no mandado fazer por Dom Diogo, um nicho que encerrava o Santo Homem Bom, com Irmandade que mais tarde veio a ser transferida para a igreja de São Vicente. Provavelmente, foi neste oratório que se disse a missa referida. O Arco da Porta Nova, foi classificado como Monumento Nacional pelo decreto de 16/06/1910. Quase enfrentando esta praça, um pequeno largo, conhecido pelo topónimo de Pracinha, apresenta hoje, figurando uma porta, a cabeceira de uma fonte, mandada fazer por Dom Diogo e reformada por Dom Agostinho de Jesus, como o confirmam os brasões de Fé que ostentam. A água que vinha para esta fonte tinha origem na nascente debaixo das escadas da Igreja da Misericórdia e foi no século passado emprazada a um particular. Encoberta por construções posteriores à abertura do Arco da Porta Nova, um baluarte de defesa da porta, destaca-se na paisagem, seguindo por ali e por detrás das casas da rua dos Biscainhos, um bem conservado pano da muralha Fernandina, um dos poucos vestígios que restam dessa defesa medieval. (E, visível na traseira do edifício ocupado pela U.S.B.-C.G.T.P., e no ocupado por uma ourivesaria, fronteira ao Museu dos Biscaínhos). Entramos por esta rua dos Biscaínhos (nome que derivou de por aquele lugar, fora de muros se terem fixado os artistas que da Biscaia, a chamado de D. Diogo de Sousa, vieram para Braga, executar obras que este Arcebispo mandou fazer na sua cidade) em direcção à Praça Conselheiro Torres e Almeida que nos levará à Praça Conde de Agrolongo (Campo da Vinha) mas antes teremos de reparar, quase no fim dela, com a nobilíssima e bem conhecida casa denominada: A CASA DOS BISCAINHOS uma construção levada a efeito no século XVII (25/11/ /1619 e 2/06/1686) para habitação do Dr. Constantino Ribeiro do Lago, sobrinho do Beato Miguel de Carvalho, jesuíta mártir no Japão, e que está retratado na pintura do tecto do Salão Nobre desta senhorial casa. Parece que a última reforma foi feita já no século XVIII. Hoje serve de instalação ao Museu dos Biscaínhos, por venda quase simbólica do seu último proprietário - o Visconde de Paço de Nespereira, à Assembleia Distrital de Braga para ali ser instalado um museu e que tem o nome de MUSEU DOS BISCAINHOS, inaugurado em 1973. Possui no seu acervo, este museu, uma valiosa colecção de objectos que então serviam nas casas senhorais. Parte dela proveniente de colecções particulares. Na sua fachada barroca, insere-se, sobre as portadas e varandas do Salão Nobre, o brasão de família. Foi, portanto, esta casa fundada pelo Dr. Constantino Ribeiro do Lago, Cavaleiro da Ordem de Cristo, Alcaide-Mor de Ervedo, Ouvidor e Desembargador de Braga. A parte antiga da Casa ou Palácio dos Biscaínhos, teve, ainda depois, uma nova fase na construção, concluída que foi em Junho de 1699, a mandado de Dom Diogo de Sousa e Silva, ligado à Casa Real, cavaleiro professo da Ordem de Cristo. Este fidalgo faleceu naquela sua casa em 22 de Maio de 1728. Quando da visita a Braga da rainha D. Maria II, que se hospedou nesta casa, ali se
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BRAGA- Roteiro Histórcio e Monumental- Extra Muros - 1ª parte

B R A G A ROTEIRO HISTÓRICO E MONUMENTAL EXTRA MUROS INTRODUÇÃO Tendo publicado em 1985, um «Roteiro Histórico do Centro Cívico» da Cidade de Braga, e tendo prometido que se seguiria um outro roteiro que completaria este primeiro e que abrangeria parte da cidade extra-muros, varias vicissitudes não permitiram concretizar até hoje esta promessa. Arredadas essas dificuldades. Abalancei-me a oferecer àqueles, que muitos o foram, me animaram a prosseguir na promessa e aqui estou hoje a apresentar este trabalho. Sei bem que não com um trabalho profundo (deixo isso para quem melhor do que eu o execute) mas espero que ele contribuo um pouco para dar a conhecer esta terra, que não sendo a minha, considero que o e. pois te,2ho mais artes de t'ida em Braga do que as minhas andanças por outros locais. Ofereço-o a todos os bracarenses e não SO, trzCt.t5 amigos, pedindo-lhes benevolência para estas singelas notas, que apesar de tudo me deram imenso trabalho mas que espero contribuam um pouco para servir de guia aqueles que quiserem ficar a conhecer melhor a Braga dos Arcebispos, Primazes das Espanhas. Com ele poderão ver Braga melhor e reparar como é bola a NOSSA CIDADE. PRAÇA DO CONDESTÁVEL Entrando na cidade pela Estrada Nacional que vem do Porto, por Berreiros, deparamos logo ao fim da rua Cidade do Porto, na Praça do Condestável, como a saudar-nos na visita a esta JOVEM CIDADE com mais de dois milénios de história, com a ESTÁTUA DE SANTOS DA CUNHA a homenagem a um presidente da Câmara que ocupou os destinos da cidade durante doze anos consecutivos Bracarense nato, que à sua terra dedicou grande parte da sua intensa actividade, de resto reconhecida por muitos seus conterrâneos que com o seu óbulo contribuíram para homenageá-lo a colocou a entrada da cidade que ele ajudou a tornar maior. Prosseguindo pela Avenida Conde Dom Henrique, chegamos à ROTUNDA DE MAXIMINOS e ai deparamos, ao lado esquerdo, sobre o antigo Monte das Penas> com a IGREJA DE SÃO PEDRO DE MAXIMINOS Igreja Paroquial próxima do local onde existiu uma das portas acasteladas e onde no tempo dos romanos a companhia dos cidadãos fez à sua custa a casa de habitação da sociedade, como nos diz a inscrição que no «primeiro quartel do século passado (XVIII> apareceu ali encostada - SODALICIUM - VRBANORVM – D - S - F - C - 1 Soda!icium Urbaqorum de suo [jeri curaverunt» diz Albano Belino, em «Archeologia Christã», possivelmente da parte da muralha romana. Por perto existiu o Circo Romano, que autores do século XIX diziam ter ainda visto as suas ruínas e que com o desenvolvimento da cidade, desapareceram. E esta uma das mais antigas paróquias da cidade e parece ter sido poupada aquando das invasões muçulmanas onde ficaram alguns dos cristãos que a troco de pesados tributos, continuaram a praticar a sua religião e a trabalhar para os invasores. No tempo de Dom Gaspar de Bragança, sendo o Abade Manuel José Leite, secretário do Arcebispo, demoliu-se a primitiva igreja, situada por muito perto do actual Largo do Beco, e construiu-se a actual, como dissemos, no Monte das Penas. Essa igreja tinha a invocação de Nossa Senhora da Conceição, cuja imagem está hoje situada no nicho fronteiro da fachada cujo estilo barroco é representativo da época em que foi construída. A entrada da antiga estrada que pela rua onde esteve a fábrica do gaz e hoje matadouro, deparamos com o lugar do PEÃO DA MEIA LARANJA cujos restos de um fontanário ainda por lá se encontram espalhados. A seguir deparamos com a RUA DA MADRE DE DEUS que bifurcando com a antiga estrada nos enfrenta, atravessando a estrada que segue para Barcelos, o edifício do COLEGIO DOS ORFÃOS DE SÃO CAETANO exemplar colégio, fundado em 1791 por Dom Frei Caetano Brandão, no Campo de Touros, (hoje Praça do Município) no lado norte deste Campo, tendo-o então baptizado com o nome de «SEMINÁRIO DOS ÕRFÁOS DE SÀO CAETANO», com o fim expresso de recolher rapazes órfãos. No seu início viu logo aumentada a sua população para 150 rapazes. Cem anos depois, no século passado, foi ocupar as instalações, compradas em hasta pública a Francisco Maria Falcão Costa de Barbosa e Macedo, em 24 de Maio de 1885, pela quantia de 18.814$640 reis. O portão da entrada principal, tem a encimá-lo o brasão da família Cota e Falcão, tendo no jardim o busto do eminente arcebispo que deu origem a esta instituição que conta já mais de duzentos anos: D. Frei Caetano Brandão. Situado, portanto, na antiga casa e quinta dos Falcões, as obras deste colégio foram iniciadas em 1888, tendo-se construído ao centro deste vasto edifício a Capela, com a frente para Noroeste, defrontando a linha do caminho-de-ferro, razão porque é quase desconhecida. Sob o risco do arquitecto Stamin, é «um belo exemplar da arquitectura latino-bisantina, diz Albano Belino», bem mais digno de figurar na frente do que nas costas do Colégio». Digna de apreciar-se a grande rosácea e como remate da fachada tem a encimá-la a cruz primacial. Também vale a pena entrar no templo para apreciar as primorosas esculturas das imagens dc Nossa Senhora Auxiliadora e a de São José, esculturadas em Barcelona. Um pouco à frente deparamos com a Ponte dos Falcões, que dá acesso às Escolas de São Pedro de Maximinos. Dirigindo-nos de novo à rotunda de Maximinos, vamos pela rua Comendador Santos da Cunha e subindo a rua dos Bombeiros Voluntários, olhando à direita vemos a iniciada construção do futuro Museu Dom Diogo de Sousa que, aproveitando as rumas romanas postas naquele local a descoberta, irão constituir o núcleo do museu arqueológico que encerrará todo o material de arqueologia que tem sido descoberto na cidade. Depois viramos à esquerda para a rua Dr, Rocha Peixoto e encontrámo-nos na COLINA DA CIVIDADE Cercado por uma rede metálica, penetramos por um largo portão nas ruínas romanas da antiga Cividade, onde por entre restos de alicerces de construções desses recuados tempos podemos ver o resultado das escavações ali levadas a efeito pela Unidade de Arqueologia da Universidade do Minho e que puseram a descoberto as Termas Romanas. Neste recinto encontram-se espalhados vários testemunhos da passagem da civilização romana por esta região que baptizaram de BRACARA AUGUSTA, como por exemplo alguns marcos milenários recolhidos não só na estrada da jeira, como de outros caminhos que da Bracara se dirigiam a Astorga e depois a Roma e ainda outros elementos recolhidos nas várias escavações que se têm levado a efeito na cidade. Saindo deste espaço, deveremos dirigir-nos para o lado da antiga rua do Matadouro, onde numa pequena colina deparamos com a: CAPELA DE SÃO SEBASTIÃO uma pequena ermida que possivelmente, segundo a opinião que nos prestou um dos membros da Unidade de Arqueologia, está a ocupar o lugar onde os romanos teriam o seu templo pagão, dedicado a MERCÚRIO, o deus do comércio, já que quando das obras que se realizaram no paredão de suporte em 1620, ali apareceu uma pequena estatueta deste deus mitológico, conforme a informação recolhida em Senna Freitas na sua obra «Memórias de Braga». Albano Belino, na sua obra «Archeologia Christã», corrobora esta informação dizendo: «Há muito boas razões para se acreditar que esteve neste local das Carvalheiras o edifício da LARIA ROMANA, que, no dizer de PLINIO, (História Nat. 1. 3,~, Cap. 3, pág. 26> era a principal da Galiza, com jurisdição de 24 cidades e 275.000 habitantes». (Não seria entao possivel ali tanibéni estar instalado o seu Templo?). Mais tarde, entre 1838-1839 foram construídos o paredão e o escadório actual, obra a cargo do mestre pedreiro Domingos Fernandes, da rua da Cónega. Situada na Alameda das Carvalheiras, a capela de São Sebastião foi mandada reedificar por Dom Rodrigo de Moura Telles, como reconhecimento e agradecimento a este Santo pela debelação de uma peste que então grassava em Braga. A reconstrução modificou por completo o anterior edifício que ai tinha sido mandado edificar por Dom Diogo de Sousa, cuja porta de entrada principal se achava orientada para poente. A obra mandada fazer por Dom Rodrigo decorreu entre o período de 26 de Outubro de 1716 e 18 de Janeiro de 1717, e gastou nela a quantia de 2.200$000 reis. Foi benzida nesse ano de 1717, e houve uma procissão com a imagem do Santo, desde a igreja de São Tiago da Cividade, onde se encontrava devido às obras, para a sua nova e reedificada capela. Sobre a porta de entrada mandou o reedificador colocar o seu brasão de fé sete castelos, tendo, um pouco mais acima, a escultura em pedra do Santo Patrono. Entrando neste pequeno templo onde os Bombeiros Voluntários que têm o seu quartel ao lado mandam rezar mensalmente uma missa pelos seus colegas e benfeitores falecidos - notamos ao lado esquerdo do altar-mor um recipiente em chapa de ferro, que servia para alojar um rolo de cera com 1527 varas, medida que abrangia o total do perímetro das muralhas Fernandinas que encerravam a cidade medieval, Esta grande vela era acesa ao domingo e dias santificados durante a celebração da missa. Foi em 1570, em tempo da peste que invadiu a cidade de Braga, em lembrança e voto da Câmara e em nome do povo que esse círio se fez medindo exactamente a circunferência da cidade, e se prometeu ir todos os anos em procissão da Capela de 5. Sebastião das Carvalheiras, fazendo ao redor das muralhas, uma procissão com o círio, o qual arderia no seu templo nos dias de festa. Desaparecida a doença a Câmara principiou por cumprir o voto que havia feito. É de notar nas suas paredes interiores a decoração de azulejos do Século XVIII, com cenas representativas do martírio de São Sebastião e que são atribuídos a António de Oliveira Bernardes. A Imagem de Nossa Senhora da Ajuda, venerada nesta Capela, foi para ali transferida aquando da demolição do Arco da Ajuda, ou de Maximinos, que então dava acesso pela rua dos Burgueses ou de Maximinos, à Sé Primacial (hoje rua Dom Paio Mendes). Deixando este pequenino templo, vemos no paredão que enfrenta a casa nobre de São Sebastião das Carvalheiras - a Casa do Conde de São Joaquim - uma fonte adossada ao muro, que ali foi colocada, retirada da rua dos Granjinhos, aquando da construção do novo Hospital, e que datava do tempo de D. Diogo de Sousa. Ao largo que está ao seu lado, onde se encontra a Administração Regional de Saúde, foi-lhe atribuído o nome do insigne presbítero bracarense do século V, que a História da Cultura Europeia conhece pelo nome de Paulo Orósio. Aqui se encontra, como já dissemos, o quartel dos Bombeiros Voluntários Bracarenses. Num dos lados, restam ainda vestígios da primitiva muralha medieval, com a torre de defesa que deu nome a um Colégio - o Colégio da Torre - que ocupava uma casa senhorial, na qual ainda se mantém o Brasão de Armas de Família. Neste largo esteve em tempos instalada a Escola Bartolomeu dos Mártires. Prosseguindo pela rua do Matadouro velho, notamos ao lado direito a Escola da Sé e, ainda, na velha rua com entrada por detrás do SLAT, estão neste momento a decorrer escavações para porem a descoberto uma zona residencial e possivelmente comercial romana. Estas escavações a cargo da Unidade de Arqueologia decorrem a um bom ritmo e, uma vez terminadas virão a provar a importância da cidade romana, Bracara Augusta.
publicado por Varziano às 18:34
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